"Isto Não vale 20 reais!". Foi o que ouvi hoje pelos corredores da OCA, onde está acontecendo a exposição "Bossa na Oca" em comemoração aos 50 anos da Bossa Nova. Eu faço coro ao julgamento, não vale R$20,00 reais e nem estou discutindo o valor do ingresso, apenas a qualidade da exposição.
É uma exposição de audiovisual e nem de longe é instigante, ao meu ver, a principal caracterísitca de qualquer exposição de arte. A Semana de 1922 entrou para a história do Brasil justamente por isso, era puramente instigante e provocativa. Hoje não vi nada disso na OCA, fiquei pela milésima vez impressionado com a estrutura da prédio, a amplitudade interna que por fora parece ser minúsculo, mas por dentro guarda incríveis surpresas. Grande Niemeyer!
O que esperar da exposição? Inovações tecnológicas, boas idéias mal empregadas e muita informação jogada no ventilador. Quem for em dia calmo e vazio provavelmente irá aproveitar mais, pois muitas atrações têm filas. Uma genialidade que me deixou boquiaberto é a obra chamada "O Reencontro", cuja idéia é reuniar como numa única apresentação vários intérpretes cantando "Garota de Ipanema", como se fosse numa apresentação única. Há um palco, com piano e banquinho puramente ilustrativos e por meio de projeção holográfica tem-se a impressão da presença de Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Frank Sinatra, Sarah Vaughan, entre outros.
No final da exposição fuja da cafeteria do local, é cara e precária. E mais um toque, caso queira ir, vá em alguma terça-feira, quando a entrada é gratuita.