sábado, 20 de março de 2010

verdades sobre o ecoturismo


Falarei sobre ECOTURISMO.
Eu como um ex-profissional da área tenho uma afinidade e conhecimento de causa um pouco mais desenvolvido.
Antes acho justo e necessário desmitificar que não existe ecoturismo quer não agrida a natureza, o que existe é minimizar o máximo possível do impacto na natureza nesses passeios feitos junto à natureza. Prova disso que estou falando é o governo federal estar começando a proibir a visitação de diversas cavernas e grutas pelo Brasil à fora, é indiscutível que quem vai conhecer uma caverna tem afinidades com a natureza. (parece estranho o que eu disse, mas muuuuuita gente não tem afinidade com a natureza e vive isolada dela, mas enfim, são escolhas e gostos próprios).
Dito essa introdução do ecoturismo, eu vou elencar algumas características dessa modalidade de turismo e se você por acaso já fez ecoturismo, relembre se todas essas características ditas aqui fizeram parte do seu passeio, caso foram descumpridas, você apenas conheceu a natureza e deixou uma cicatriz nela:
- Ecoturismo é feito em pequena escala, caso seu grupo seja grande ou há outros vários grupos em um determinado local, pode ter certeza que estarão, mesmo contra vontade própria agredindo a natureza. As cavernas do PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira) tem um controle de grupos que podem visitar por dia cada caverna. Depois que esse número é atingido, nenhum outro grupo pode entrar no parque.
- A infraestrutura deve ser modesta. Ou seja, nada de resorts em área de proteção ambiental. Uma das grandes farsas de ecoturismo nacional são os hotéis de selva. É totalmente descabida a ideia de conforto de hotel 5 estrelas no meio da floresta Amazônica. Você vive sim em contato com a natureza, afinal de contas está fincado exatamente no meio dela, mas pode ter certeza que a natureza sofreu muito para ser construído esse oásis e sofre com o número de visitantes e funcionários que vivem e usufruem do luxo longe da civilização.
- Os visitantes têm uma mentalidade menos espoliativa e agressiva. Isto é, você não vai visitar uma ilha quase que deserta e levar contigo uma pedra de recordação. Porque imagine se todos os visitantes que forem lá tiverem a mesma atitude que você, em quanto tempo ainda haverá pedras nessa ilha? Certa vez eu fui na Ilha do Cardoso e uns adolescentes pegaram uma sacola de pedras de recordação, eu fiz todos devolverem, afinal de contas já inventaram a máquina fotográfica.
- Os moradores das comunidades locais são beneficiados pelo ecoturismo. Por isso se você faz essa modalidade de turismo e apenas grandes empresas que fazem todo o passeio, pode ter certeza que você estará promovendo a pobreza local. Não existe guia turístico melhor que o morador que nasceu e cresceu naquele lugar, não existe lembrança melhor do que o artesanato feito por aquelas pessoas e não existe comida melhor do que a culinária local.
- Passeio sem aprendizado é desfrute gratuito do local. Não adianta você ir em um lugar de preservação e não saber o porquê aquele lugar é preservado, quais tipos de vida existem no local e etc. Ir apenas para usufruir das qualidade naturais é predadorismo. Deve haver uma conscientização ecológica e uma educação ambiental, senão nada daquilo terá havido a pena.