segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

A evolução do português e a reforma ortográfica

O assunto que agitou o meio acadêmico neste ano de 2008 foi o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, cujo entrará em vigor no Brasil a partir de janeiro de 2009, conforme decreto assinado pelo presidente Lula.
A intenção desse acordo é padronizar a língua portuguesa, facilitando o aprendizado por estrangeiros, e claro, também o aprendizado pelos nativos. Quem nunca ouviu falar que o português é uma das línguas mais difíceis de ser aprendida?
O português é falado por oito países: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Desses, apenas Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, e recentemente, Portugal assinaram o tal acordo. Número suficiente para ele ser implantado.
A grande questão era que Portugal estava hesitante para assinar o acordo. Por pressão das editoras locais, e principalmente, pelo conservadorismo linguístico do país.
Esse conservadorismo não é exclusividade dos portugueses, eu mesmo conheço pencas de brasileiros que torceram o nariz por causa deste acordo. Vou agora emitir minha opinião sobre o caso.
Eu concordo plenamente com a alteração da ortografia portuguesa! Temos que ter em mente que a linguagem não é uma entidade estática e assim como a sociedade que vive em constante transformação, a linguagem deve acompanhar o mesmo sentido. Nós, hoje em pleno século XXI, não falamos o português de Camões, assim como não vivemos da mesma forma que esse mestre da língua portuguesa. Ninguém mais no Brasil diz "Vossemecê", agora todos se tratam apenas por "Você" ou "Tu".
Para que tanto tradicionalismo? Não estamos perdendo nossa cultura e nem nossa história por adequar a língua a realidade e ajudar o seu aprendizado. Eu estudo Comunicação e minha principal ferramenta de trabalho é a linguagem, ainda hoje me sinto inseguro ao escrever, sempre preocupado com as infinitas regras gramaticais e ortográficas. Facilitará muito minha vida a simplificação do meu idioma. Fico triste sim por perder o prazer de usar o trema, de longe meu acento predileto, mas fazer o quê? Se for pelo bem da nação, então eu acato.

Lembrando que a mudança da ortografia é mínima, uma vez que apenas 0,45% das palavras brasileiras mudarão e 1,6% das palavras escritas em Portugal. Por exemplo, lá eles deixarão de escrever húmido e passarão a escrever úmido, como cá.
O português é a quinta língua mais falada no mundo, com mais de 240 milhões de lusófono. Após a ratificação do acordo, a Comunidade de Países de Língua Portuguesa entrará com um pedido para que o nosso idioma seja oficializado como um dos idiomas oficiais da ONU, que hoje é composto pelo inglês, chinês, árabe, francês, russo e espanhol. Apenas com a unificação de nosso idioma que isso poderá acontecer.

Aos que não sabem o que muda, aqui vou escrever as principais mudanças descritas de forma bastante informal por mim mesmo:
- As letras K, W e Y voltam ao nosso vocabulário;
- Os tremas desaparecem;
- O acento das palavras paroxítonas de ditongo aberto ÉI e ÓI desaparecem, assim algumas palavras ficam assim: boia, colmeia, jiboia, estreia, ideia;
- Não se acentua mais palavras terminadas com ÊEM e ÔO. Ex: lêem fica leem, crêem fica creem, vôo fica voo, enjôo fica enjoo;
- Não se diferencia graficamente PÁRA (verbo parar) de PARA, PÊLO de PELO;
- Mantém a acentuação dos verbos que sinaliza plural: tem/têm, vem/vêm, mantém/mantêm;
Uso do hífen:
- Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciado por H. ex: super-homem, anti-higiênico (exceção: subumano, perde-se o H neste caso);
- Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. ex: autoescola, agroindustrial, coautor, infraestrutura, semianalfabeto;
- Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por R ou S. ex: minissaia, antirrugas, antissocial;
- Usa-se hífen diante da mesma vogal. ex: micro-ondas;
- Usa-se hífen com os prefixos: ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró;

O site IG está disponibilizando gratuitamente um Guia Prático da Nova Ortográfica elaborado pelo entendido Douglas Tufano, deixarei aqui o link para vocês poderem baixar e consultar sempre que pintarem uma nova dúvida.
http://images.ig.com.br/hotsites/reforma_ortografica/Guia_Reforma_Ortografica_CP.pdf

A partir de hoje todos meus textos aqui e de qualquer outro veículo estarão adequados na nova ortografia.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Receita de bolo - Claire Feliz Regina

Conheci uma mulher chamada Claire Feliz Regina por causa do Gilberto Dimenstein.

Ela é uma senhora de 80 anos e ao completar 79 decidiu tornar-se poetisa. Claire trabalhou 50 anos como funcionária pública na Receita Federal e por necessidade de dissipação quis escrever um livro.
Pediu as contas do trabalho e colocou as mãos na massa. Sua idéia inicial era escrever um livro de auto-ajuda para as mulheres, mas sua prosa era toda rimada, tentou mudar de técnica e começou a escrever poesias. Algumas de teor sexual e outras sobre o amor, sobre a vida.
Ela reuniu 100 poesias e em breve lançará o livro “Meu jeito de falar”.
Com vocês uma poesia adorável de Claire Feliz Regina.



Receita de bolo

Meu vizinho queria fazer um bolo,me pediu a receita
Eu não tinha a receita, mas eu tinha vinte anos
Fui ajudar
Não tinha farinha para ele amassar com as mãos
Ofereci meu corpo, ele amassou
Não tenho açúcar, ele me disse
Ofereci meus lábios, ele beijou
Ele era bom cozinheiro
Pôs o leite pra ferver
O leite fervia no meu corpo inteiro
Nós dois queríamos fazer o bolo, mas e a receita?
Ele abriu o caderno, estava escrito me ama
Não fomos mais para a cozinha fomos pra cama.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

futura humilhação pública de Evander Holyfield

Sábado próximo acontecerá em Zurique, na Suíça, uma das lutas de boxe mais comentadas nos últimos tempos. O saudoso Evander Holyfield, lembrado por todos como aquele boxeador que teve uma parte da orelha decepada por Mike Tyson com uma dentada numa luta emblemática em Las Vegas no ano de 1997, voltará aos ringues para lutar com o atual campeão do mundo, o russo Nikolai Valuev.
O que chama a atenção da mídia, dos amantes do esporte e dos não amantes (meu caso) são algumas peculiaridades.
O Holyfield estava sem lutar fazia um tempinho e pediu para combater justamente com o melhor do mundo, que por sua vez está fazendo um estrago na cara de todos os boxeadores que encontra pela frente. Somando a isso que Holyfield atualmente tem 46 anos e deseja ser novamente campeão do mundo e nunca na história do esporte um homem nesta idade foi campeão e que o tal russo com cara de maligno é 24 centímetros e 45 quilos mais pesado do que Evander, eu acho isso uma loucura.
Para ilustrar meu ponto de vista basta dar uma olhada abaixo na foto, juro estou apreensivo pelo Evander Holyfield!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Ronaldo no Corinthians


Ronaldo, ex-Ronaldinho, atual Fenômeno, agora é do Corinthians, mais ainda, agora é da nação corintiana.
Tudo lindo e belo, o time agora tem um dos maiores jogadores brasileiros e ídolos do futebol de todos os tempos. No momento a questão é, qual a serventia do Ronaldo para o Corinthians? Ele está machucado e sem previsão para voltar aos campos. Além do mais, o contrato dele é de apenas um ano. Supondo que ele só esteja pronto pra jogar no segundo semestre de 2009 - ganhando 400 mil reais por mês, mesmo sem jogar -, por quanto tempo ele brindará a torcida corintiana e as adversárias com seu futebol? Certamente até o final da temporada.
O mais curioso é a festa que os corintianos fizeram por ter no estaleiro um jogador do quilate do Ronaldo que foi três vezes considerado o melhor jogador do planeta pela FIFA; eu não desmereço a aquisição do time, eu sou corintiano e estou orgulhoso, entretanto, é muita festa para pouco triunfo.
Espero que o Ronaldo volte a jogar e que seja o jogo que o consagrou. Ele é uma figura injustiçada, assim como os todos os heróis falíveis, e merece voltar o topo, ainda mais se isso acontecer junto ao meu time de coração.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

o sentido da vida é o prazer

Qual é o sentido da vida?

O sentido da vida é o deleite. Vivemos para sentir prazer. Não existe outra explicação para nossa existência, já que todos os dias temos como objetivo o nosso prazer.
Existem milhares de prazeres e intenções. Creio até que a maioria da humanidade nem imagina que vive apenas para e pelo prazer.
Obviamente que não falo do prazer carnal, mas da satisfação que temos ao gozar da nossa forma predileta.
Pense no caso mais comum de vida aparentemente sem sentido. Boa parte da população capitalista vive em função do trabalho. Dedica boa parte da sua existência trabalhando para poder morar em uma residência confortável, ter um belo carro na garagem, fazer viagens vistosas e colocar os filhos no mesmo caminho oferecendo condições semelhantes. Isso por acaso é sentido de vida? Na verdade, o sentindo da vida desses milhões ou bilhões de humanos é sentir o prazer social que essa vida oferece. A grande maioria se acostuma tanto com os percalços que pensa sentir prazer na hora de dirigir o carrão ou tomar um café em Paris, o prazer real está embutido no exibicionismo e na aceitação social que esses hábitos ou conquistas oferecem.
Esse é o prazer mais comum da sociedade, mas há determinados que vivem para sentir outro tipo de prazer, vou dar o exemplo mais rápido associado à palavra prazer. O prazer sexual! Eu nunca entendi direito os pensamentos dos pervertidos. Achava superficial demais a consciência da existência desse grupo de pessoas. Vazio era meu julgamento. Se sentimos prazer no sexo, no gozo à dois, por que não fazer disso razão do nosso viver? A vida é para ser gozada, que seja então da forma mais prática e natural. Eu, Leandro Vitor, não tenho bossa para essa razão de viver, não obstante, respeito totalmente quem escolhe esse caminho para ser feliz.
Há também quem vive para a família, pessoas que colocam a felicidade familiar acima do bem e do mal, acima até da própria felicidade. Para elas, o sentindo da vida está exatamente em cuidar de seus entes. Se isso traz felicidade e prazer, quem um dia dirá que ela está errada e jogando sua vida fora?
Discordo que o sentido da vida esteja atrelado à religiosidade. Primeiro porque religião é uma invenção humana. Acredito sim em Deus e desacredito que fomos jogados neste planeta para devoção, é tão claro que vivemos apenas para e pelo nosso prazer. Contudo, não podemos deixar de respeitar as pessoas que fazem da fé e da devoção seu único sentido de vida, nem todas sentem prazer no ofício, mas, creio, que a grande maioria sim.
O complicado é cair a ficha, ou então em muitos casos, querer enxergar o que te faz feliz, o que satisfaz nossos verdadeiros desejos. Se você fosse Amelie Poulain, teu sentido de vida seria ajudar o próximo; se você fosse Jesus Cristo, teu sentindo de vida seria mudar a percepção de mundo da humanidade; se fosse Adolf Hitler teu sentido de vida seria ser o dono do mundo; se fosse Mahatma Gandhi, tua razão de existir seria buscar a paz. Mas você é você, ser único, portanto, teu sentido de vida é único e individual, não queira se inspirar em grandes nomes da História ou em pessoas próximas de você. Olhe para dentro de si e faça da tua vida uma plataforma do teu prazer. Se estiver sentindo felicidade no que é, faz e como vive, pode ter certeza que já achou o sentindo da sua vida.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Hsbc previdência - comercial

Estou em uma semana de muitas provas e sem tempo para escrever algo bacana para vocês. Para que meu blog não fique sem atualização até semana que vem, vou postar um vídeo que achei muito bonito. Na verdade minha intenção era outra. Seria postar este vídeo que é uma propaganda do banco HSBC e um da Hi Happy, que é a mesma coisa, velhinhos brincando e comportando-se como criancinhas. Infelizmente o da Hi Happy eu não achei, mas do HSBC aqui está. O que queria frisar com a comparação dos vídeos, é como a mesma idéia pode ser feita de formas diferentes e resultados igualmente diferentes. O vídeo que estou postando é lindo, já o que não achei (coincidência?) é extremamente bobo e sem graça.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

post sobre Deus

Eu por um bom tempo tirei um período para refletir sobre Deus, divindades, em que acreditar e todas aquelas interrogações que todo ser humano em algum momento na vida pára e pensa.
Não lembro bem por que, mas eu deixei de acreditar em Deus ano passado ou retrasado. Deixei minha antiga religião, católica apostólica romana, deixei boa parte das crenças de berço e fui descobrir o mundo empiricamente.
Em um dado momento eu senti a falta de acreditar em algo maior do que a pura lógica humana e aos poucos fui cedendo aqui e acolá, mas sempre com pé atrás e com interrogações não esquecidas pela comodidade do esquecimento.
Este ano eu tive uma visita muito especial, minha melhor amiga, a Anahe, quem para mim é um exemplo, mesmo dentro dos erros que ela comete. Ela me fez enxergar, não que ela por algum segundo teve essa intenção, que precisamos realmente acreditar em algo. Não importa qual a religião, a crença ou o credo, importante é que o homem tenha uma vida espiritual sadia. Não existe civilização totalmente atéia, será isso alguma coincidência?
A Anahe me ensinou a entrar em uma igreja e rezar, agradecer, conversar com Deus, com meu Deus. Não importa se você não é católico, importa que dentro de uma igreja você esteja em silêncio e poderá se concentrar com seu todo poderoso.
Eu adotei esse costume e sempre que posso vou a uma igreja, sento, converso com Deus, agradeço e peço o que desejo. Não digo que minha vida deu uma reviravolta, apenas está nos trilhos. Eu me sinto bem fazendo isso, é um momento só meu. Também peguei o costume de rezar antes de dormir, não a reza convencional dos católicos, mas o mesmo papo informal que tenho na igreja com meu Deus.

Todavia, eu ainda não tinha entrado em consentimento interno quanto a existência de Deus. Nenhum argumento eu tinha enxergado por mim mesmo, até a noite do último sábado. Eu estava no Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeiro com um grupo de pessoas e ao redor de uma fogueira com um violeiro cantando modas caipiras. Entre uma música e outra, um céu negro e estrelado, eu me peguei pensando em Deus e na nossa existência. Eu conclui que o planeta é perfeito, a vida é perfeita, tudo que não pensa é perfeito, isso só pode ser obra de alguém perfeito e esse alguém só pode ser Deus. Onde há estragos, maldade ou injustiça, pode ter certeza, têm dedo e intenções humanas. Afirmo aqui que a humanidade, com toda sua ganância e egoísmo, é o demônio da Terra. Deus é tão perfeito que nos deu liberdade para tudo, até para sermos maus e independentes dele.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Hipermidia e Hipertexto

Hipertexto é o termo que remete a um texto em formato digital, ao qual agrega-se outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente links. Esses links ocorrem na forma de termos destacados no corpo de texto principal, ícones gráficos ou imagens e têm a função de interconectar os diversos conjuntos de informação, oferecendo acesso sob demanda a informações que estendem ou complementam o texto principal.

Hipermidia é o conjunto de meios que permite acesso simultâneo a textos, imagens e sons de modo interativo e não linear, possibilitando fazer links entre elementos de mídia, controlar a própria navegação e, até, extrair textos, imagens e sons cuja seqüência constituirá uma versão pessoal desenvolvida pelo usuário.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Brasil caipira

Este texto é em homenagem a minha avó Aparecida Maria dos Reis, uma senhora caipira!

O adjetivo "caipira" é geralmente empregado de forma jocosa por uma grande parcela da população. Ser caipira muitas vezes é ser confundido como tolo, sem jeito, inocente, inadequado ou simplesmente sem cultura ou pouco inteligente. O antropólogo brasileiro, Darcy Ribeiro, escreveu em seu fantástico livro "O Povo Brasileiro" a formação dessa etnia e entre outras. Vou aqui compartilhar um pouco do conhecimento do Darcy sobre os caipiras, que são os verdadeiros camponeses brasileiros.

Nos primeiros anos de Brasil, a zona rica era o Nordeste onde havia os engenhos de açúcar e a periferia era o Sudeste. Em São Paulo falava-se até um linguajar particular, a Língua Geral, que nada mais era do que a mistura do português com a variante do idioma dos índios. Não por acaso que, principalmente, no estado de São Paulo há vários nomes indígenas para regiões, como por exemplo, Anhangabaú (que significa "rio dos malefícios do diabo"), Jaú (que significa "peixe guloso"), Moema (que significa "mentira"), Jaçanã (que significa "ave que tem patas em forma de nadadeiras") e assim por diante.
Na região Sudeste, mais precisamente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e norte do Paraná, eram uma região muito pobre e as pessoas viviam de forma muito precária, parecido com o modo de vida dos índios da região. Esses antigos moradores foram integrados à sociedade paulista, o que era inédito, pois até antes índio vivia entre os índios e os portugueses entre os portugueses, não havia uma mestiçagem de culturas, porém, em São Paulo isso começou a mudar. Prova disso é a Língua Geral.
Os índios foram incorporados para serem combatentes em batalhas, já que o povo paulista era muito batalhador, como não havia engenhos, eles tinham que conquistar riquezas de outras maneiras, uma delas era com a guerra e nós sabemos, guerra dá lucro. Como a população feminina portuguesa era míngua, foi bastante comum o cruzamento entre portugueses e as índias, o que originaram os mamelucos e esses posteriormente os caipiras, que nada mais é, que a mistura entre o português e o índio muitas gerações depois.

São Paulo surgiu com uma configuração histórico-cultural de povo novo, plasmada pelo cruzamento de gente de matrizes raciais díspares e pela integração de seus patrimônios culturais sob a regência do dominador. Mesmo assim, esses mamelucos viraram-se contra os índios e tornaram-se o grande terror do povo indígena, caçando-os e vendendo-os como mercadorias para os engenhos de açúcar nordestinos, isso muito antes de qualquer negro chegar ao Brasil. E foi assim que os bandeirantes apareceram na história brasileira. Estima-se que cerca de 300 mil índios foram arrancados de suas aldeias subsistentes para serem vendidos aos senhores de engenho no Nordeste. E essa caça era feita com muita violência, tanto que um dos maiores bandeirantes foi o Anhanguera, que significa em tupi-guarani "diabo velho".

A região Sudeste permaneceu pobre até a descoberta de ouro e de diamantes, principalmente em Minas. Com isso a região ficou super valorizada e uma migração em massa aconteceu na região com pessoas vindas do país todo e de Portugal, consequentemente a região transformou-se na área mais densamente povoada das Américas, isso por volta de 1750. Todos estavam em busca das riquezas de mineração. Isso trouxe grandes mudanças para o Brasil, como a transferência da capital colonial de Salvador para o Rio de Janeiro (lembrando que era um local paupérrimo), ocupação da região sulina conquistada pelos paulistas e expansão do pastoreio nordestino, além do declínio da força nordestina. As Minas Gerais ficaram riquíssimas, tanto que as cidades históricas mineiras são até hoje exemplo de luxo e poder da época. O estado viveu longos anos de uberdade e uma população mais culta viveu no local que já tinha uma ampla rede urbana. Vestiam-se conforme a moda européia, faziam arquitetura e pintura da mais alta qualidade, criando o barroco brasileiro, leitura lírica e até política libertária!

Com a decadência do ouro, toda a área submerge numa economia de pobreza, com a regressão cultural resultantes. Antigos mineradores e negociantes se transformam em fazendeiros; artesãos e empregados se fazem posseiros; citadinos ruralizados espalham-se pelos matos, fazem-se roceiros de lavouras de subsistência, criadores de gado, cavalos, burros e porcos.
Com isso nasce a cultura brasileira rústica, que se fala a língua portuguesa com influência indígena. Toda aquela região anteriormente citada torna-se um local de cultura caipira, ocupada por uma população totalmente dispersa e desarticulada. A vida rural caipira o condiciona a um horizonte culturalmente limitado de aspirações, que faz parecer desambicioso e imprevidente.

O caipira virou símbolo daquele estereótipo de um brasileiro que cria e planta o que vai comer e da sua sobra vende ou troca por outras mercadorias com outros caipiras da sua região. Ele não cresceu com a sociedade capitalista, ele preservou sua cultura e princípios compadrios. Eram donos de pequenas propriedades e nunca muito distantes de outros moradores, foi assim que muitas vilas apareceram. Porque mesmo eles de certa forma distantes das grandes metrópoles, eles não se distanciam ao ponto de viverem despercebidos. Quem assim se comportava, era mal visto pelos outros.
O sujeito caipira conseguiu preservar seu modo de vida até o início do cultivo comercial do algodão, fumo e café. Uma reordenação institucional se vai implantando no nível civil e no eclesiástico. Com a valorização das terras, os caipiras aos poucos foram perdendo a propriedade das mesmas para os grandes fazendeiros, sendo assim, eles tiveram duas opções: trabalhar para os grandes proprietários ou então virarem meeiro ou arrendador.
Não foram poucos que viraram reféns dessa técnica dos donos de grandes propriedades e por anos e anos muitos caipiras viviam nessas condições, trabalhavam em terras alheias e pagavam uma espécie de talha.

Os caipiras nunca tiveram grande talento para serem empregados comuns, como os italianos e espanhóis, por isso transformaram-se em ícones esculhambação. Daí que vêm todos aqueles adjetivos jocosos do início do texto. Os caipiras simplesmente são talentosos para tratarem da terra e viverem naquela sociedade compadrio. O brasileiro caipira em pleno século XXI é uma espécie em extrema raridade, eles já foram "infectados" pelo modo de viver das grandes cidades, mas ainda é possível encontrar um ou outro subsistente, que cria sua meia dúzia de vacas leiteiras, que faz o queijo caseiro utilizando litros e litros de leite, que mata um leitão ou porco gordo nas festas de família, que faz pamonha aos quilos, que tem sua pequena plantação de mandioca no quintal do terreno, que todo final de ano come diariamente sua manga espada colhida diretamente do pé, que cria galinhas e tem três cachorros magrelos no sítio.
Daqui não muitos anos, a figura do caipira virará um personagem da história do Brasil, como o senhor de engenho ou o fazendeiro escravista, ou então será lembrado apenas pelo Jeca Tatu e pelo caipira picando fumo do quadro de Almeida Junior.

domingo, 2 de novembro de 2008

primeira vez que eu disse "Eu te amo!"

Todos lembram quando e como foi o seu primeiro beijo. Eu me lembro do meu também...

Eu vou contar uma história.
Eu estava na sétima série e ainda era BV, ou seja, boca virgem. Esse fato muito me incomodava, a grande maioria dos meus amigos já tinha beijado, eu por ser inseguro e tímido ainda não, além de, principalmente, não querer perder a virgindade do meu beijo com qualquer garota, queria que fosse alguma que eu gostasse, eu queria ter uma boa lembrança do momento.
Eu conheci uma garota da quinta série, ela era divertida, quase do meu tamanho, não era bonita e tampouco feia, era mulata e achava todo mundo da sua sala um bando de infantis. Ficamos amigos, eu passava meus recreios com a turminha dela. Um dia por alguma ocasião ficamos sós nós dois. Eu queria já beijá-la fazia um tempinho, mesmo nunca ter gostado dela, achei que seria uma saída inteligente, eu beijaria pela primeira vez e com alguém legal.
A menina estava sentada na pilastra e eu em pé de frente a ela. Não me lembro do que falávamos, mas provavelmente eu já estava preparando o terreno e tinha certeza que ela aceitaria me beijar. Eis que pensei "é agora!", eu até hoje nunca sei pedir o primeiro beijo, naquela época menos ainda. Fiz o óbvio, eu pedi um beijo. A voz não saiu tamanha era meu nervosismo, mas ela entendeu que eu queria um beijo. Ela disse NÃO! Com uma naturalidade tamanha, depois disso eu não me lembro de mais nada.
Todo mundo tem uma história de sucesso do seu primeiro beijo, mesmo que ele tenha sido estranho. O meu primeiro beijo foi negado... Que fracasso heim!?

Agora sinto a obrigação de contar para vocês como foi meu primeiro beijo, vejam que honra, eu nunca falo sobre isso, nem mesmo a menina sabia que era meu primeiro beijo. Eu já estava mais crescidinho, tinha 16 anos e já fazia o primeiro colegial. Eu gostava de uma menina de cabelos tingidos de vermelho, ela era cool, inteligente e comunicativa. Ficamos muito amigos e o amor despertou em ambos. Eu ainda era muito tímido e inseguro, era óbvio que a gente se gostava, todos nossos amigos sabiam, daí um dia quando eu tinha certeza absoluta do sentimento dela por mim, eu enfim pedi um beijo. Era o horário da entrada, estávamos subindo para nossas respectivas salas. Ela aceitou meu beijo!!!!!! Foi meu primeiro beijo e com alguém que eu gostava de verdade!!!! Assim que pude, encontrei a melhor amiga dela e perguntei se ela gostou do meu beijo, eu fiquei com medo de ter beijado errado. Ela me confessou que a amiga adorou. Naquele mesmo dia beijamos de novo, desta vez eu tinha a segurança. No mesmo dia a pedi em namoro e começamos a namorar. Esse romance durou 2 meses, só que não resistiu nas férias que logo começaram...

Assim como o beijo, todos devem lembrar da primeira vez que disseram "eu te amo!", principalmente quem não banaliza essa frase. Eu também lembro quando disse pela primeira vez, foi mês passado. Eu já amei algumas poucas pessoas, mas nunca tive a oportunidade de dizer. Eu não vivia um romance, no máximo eu poderia me considerar um amante incomum. Vou contar como foi.
Eu estava conversando com ela pelo Msn, estávamos discutindo, a consciência dela estava pesando pelo fato de estar traindo o namorado e queria que eu me tornasse o melhor amigo dela. Isso eu não concebia, eu gostava muito dela e ela de mim, quando duas pessoas se gostam, devem ficar juntas e não deixar que os problemas que inventamos as separem. Eu não aceitei o término e ela perguntou o porquê. Imediatamente liguei no celular dela, eu não podia dizer aquilo que iria falar com letras secas no Msn. Liguei chorando e dizendo "Porque eu te amo!". Choramos e voltamos ao nosso normal de sempre, um sereno no molhado.
Depois disso falei muitas vezes que a amava, falei em todas as línguas que consegui aprender, de todas as maneiras que eu consegui e em todas as oportunidades. Ela também, sempre me falava e exigia no final de cada telefonema três beijinhos e um "eu te amo".
História feliz? Que nada! Assim como meu primeiro beijo, minha frase mais importante da vida foi um fracasso. Nós nunca chegamos a nos termos, a viver algo concreto juntos. Falei em vão. Eu novamente me precipitei.
Espero que em um futuro breve eu tenha o mesmo sucesso do meu verdadeiro primeiro beijo. Que eu diga: EU TE AMO e receba um beijo caloroso seguido de uma voz bem baixinha no ouvido “eu também...”.

Para terminar, quero que assistam este comercial. Ele sempre me emociona, é um incentivo para mim.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

MUBE

Dia desses eu saí para fazer umas fotografias de monumentos paulistanos, o local escolhido foi o jardim do MUBE - museu brasileiro da escultura.
Escolham a sua predileta.
Com vocês algumas fotos:






















domingo, 26 de outubro de 2008

documento sem foto na hora de votar

Acabo de voltar da eleição do segundo turno em São Paulo. Além de votar, eu fui matar uma dúvida. No primeiro turno eu levei meu título de eleitor e meu RG, imaginei que fosse necessário apresentar um documento com foto. Os mesários disseram que não era necessário apresentar, eu achei muito estranho, pois assim qualquer homem da minha faixa etária poderia votar em meu lugar.
Pensei que fosse um deslize por parte dos mesários do primeiro turno e hoje fui eu lá novamente com meu título de eleitor não plastificado e como única identificação minha assinatura. Mais uma vez dispensaram meu documento com foto. Votei e na hora de assinar eu vi que acima do campo reservado havia minha assinatura original, escrevi meu nome como normalmente e diferente de todas as outras, já que nunca consigo repetir minha grafia.

O sistema brasileiro de votação pode ser o mais moderno do mundo, mas não creio que seja o mais confiável. Se eu quiser posso muito bem pegar o título do meu irmão e votar na seção eleitoral dele, uma vez que temos candidatos diferentes. Agora eu penso, no estado do centro-oeste, no Mato Grosso, o TRE está armando um grande esquema contra compra de votos e corrupção dos eleitores. Limitaram os saques nos bancos de Cuiabá, estão vigiando as estradas para que não entre dinheiro para pagar eleitores vendidos e etc. Agora o que adianta toda essa precaução se não é exigido um documento que prove efetivamente que o título daquele eleitor é do mesmo?

Nossa sociedade é também conhecida, entre outras mil designações, como a sociedade da imagem. A visão figurou nos últimos tempos como nosso principal sentindo vital, exatamente isso que critica o escritor português José Saramago em seu livro "Ensaio sobre a cegueira". Como em pleno século XXI, com a banalização da imagem, dentro do sistema de votação mais moderno do mundo, não se exige algo tão simples, um documento com fotografia na hora de votar?
E olha que isso deveria ser exigido há muitas décadas atrás, hoje em dia se usam outros sistemas de identificação mais eficazes, como a leitura instantânea da digital dos dedos ou então da íris do olho, formas impossíveis de serem copiadas.

O que temos que fazer é exigir junto ao TSE a obrigação de documento com foto, como o RG, Carteira de Trabalha, Carteira de Habilitação ou passaporte, além claro do Título de Eleitor.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

sorte no amor

Sorte no amor existe?

Hoje quando acordei comecei a refletir sobre o assunto e não cheguei numa conclusão, quem sabe vocês não me ajudam? Vou apresentar aqui alguns pensamentos sórdidos sobre o assunto, falando da minha vida pessoal e algum caso parecido.
Se existe sorte no amor, eu definitivamente não a tenho! Minha vida amorosa é um desastre e até por isso evito e sou extremamente cauteloso em qualquer tipo de conselho neste assunto. Penso da seguinte forma, se eu não consigo dar um jeito na minha vida amorosa, com que direito eu posso dar pitaco na vida dos outros? Por outro lado eu penso que essa minha falta de "sorte" não seja uma coincidência ou uma determinação divina, mas sim uma conseqüência da minha personalidade e exigência com os outros.
Eu admito, não namoraria com qualquer pessoa, se não houver desejo exacerbado eu não prossigo. Geralmente eu nem começo com um beijo, é difícil eu fazer caridade, aí que entra minha exigência. Modéstia parte, meu currículo de beijos e sexos é invejável e para poucos, não me considero um cara bonito, sou desajeitado e entre outros mil defeitos que eu poderia muito bem citar aqui, mas a manutenção da minha auto-estima não permite. Como disse, eu sou exigente, o que atrapalha muito meu sucesso, eu não me contento com a miss Diadema, eu quero a Miss Brasil. Ainda por cima eu tenho uma personalidade que tem vida própria, sou impulsivo quando não precisava ser, sou imediatista quase sempre, sou eufórico e sou sincero.
Sinceramente não acho que minha personalidade seria motivo para atrapalhar um início de namoro, eu pelo menos não me importaria em achar alguém com as mesmas características.
Eu caio muito naquela máxima infatil "quem eu quero, não me quer; quem me quer, eu não quero".

Analisando um outro caso, eu tenho uma amiga que é LINDA, é MARAVILHOSA, é ESPETACULAR. É uma linda mulher também por dentro, é engraçada, inteligente, simpática e mil outras qualidades que prefiro parar por aqui. Ontem ela me confessou que apenas ficou com 8 garotos na vida e não resultou em namoro com nenhum. Sendo que todos que ela beijou, foram selecionados, não foi um beijo de intenção isolada. Quando ela me falou isso eu fiquei mais confuso, por que eu tenho ciência que não sou lá um gatão e por isso eu posso ser um "azarado" no amor, mas ela é realmente linda, onde passa chama a atenção, duvido que ninguém teria se interessado por ela a ponto de namorar, ela é pra casar! Por esse motivo que acho que a bendita da sorte, um substantivo abstrato assim como Deus, talvez não seja lenda.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

contra queda de cabelo

Faz muitos meses que eu sofria com uma acentuada queda de cabelo, que me deixou extremamente preocupado com minha aparência a médio prazo. Não sei o que ocasionou a queda em larga escala, pode ser por problemas de alimentação, estresse ou simplesmente falta de cuidado. Eu nunca fui muito de cuidar de cabelo, não era de lavar todos os dias a cabeça com xampú e condicionador e nem secá-los corretamente.
Mas desde abril ou maio quando percebi que caía muito cabelo e todos os dias, a todo momento, eu realmente me assustei. Porém, sou muito relaxado com a aparência, demorei meses para tomar uma atitude e pedir que minha mãe comprasse um xampú contra queda. Ela me comprou um caríssimo de amora feito pela Boticário. A embalagem é linda, o cheiro é maravilhoso, mas o efeito quase nulo. Depois disso ainda pintei meu cabelo, só tive a preocupação de comprar a tinta mais cara da drogaria, pensei que assim os riscos de estragar meu cabelo fosse menor. Para dizer a verdade não notei diferença, apenas meus fios que caiam não eram loiros, mas sim negros.
Agora eu comprei o xampú que eu julguei que seria o melhor, comprei no hipermercado mesmo. Comprei o Phytoervas antí-queda que na sua composição tem Bétula Natural, Pantenol e Vitamina A, é um de líquido roxo. Surpreendentemente em dois ou três dias as quedas praticamente se anularam e nem comprei o condicionador. Estou em tratamento há mais de uma semana e meu cabelo só cai durante o banho e uma quantidade considerada normal.
Por isso se você tem queda de cabelo, antes de pagar um dermatologista que vai te pedir mil exames de sangue e te convencer que está estressado, compre um Phytoervas da cor roxa, lave a cabeça duas vezes durante o banho, deixando cada vez uns dois minutos para o xampú tratar o couro cabeludo. Se em uma semana não melhorar consideradamente, aí sim procure ajuda médica. Lembro que paguei menos da metade do xampú de amora, cerca de 9 reais. Para mim foi um grande investimento.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

conflito entre polícia civil e militar

Lamentável e deprimente o que aconteceu hoje em São Paulo. A polícia civil e a polícia militar entraram em choque e mais de 23 policiais ficaram feridos.
As pessoas que deveriam zelar pela segurança da população se substimaram a esse papelão e quase que aniquilaram com as bases institucionais de suas respectivas organizações.
Estamos acostumados a ver nos meios de comunicação conflitos entre policias e bandidos, policiais e ambulantes, policiais e desfavorecidos, mas policiais contra policiais é ilógico, é praticamente a declaração da falência do Estado!
Não podemos, nós cidadãos, ficarmos calados, devemos demonstrar nossa perplexidade. Uma sociedade sem leis, ou melhor, sem cumprimento das mesmas é uma sociedade à beira do colapso.

O motivo da briga foi uma passeata conduzida pelos policiais civis até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual paulista, para reivindicarem aumento salarial. O governador José Serra do PSDB deu ordens explícitas para que os manifestantes não chegassem próximo ao palácio. Só acho que o Serra foi no mínimo infeliz na ordem, como é que ele pede para que policiais armados barrem policiais armados?
Se um ou dois policiais tivessem morrido seria caso até de impeachment! E pensar que o Serra quer ser presidente do Brasil...
Para finalizar, a polícia civil está em greve há mais de um mês e o governo social democrata do Serra e PSDB não quer sequer negociar.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

a sabotagem da felicidade

Por que temos a sensação de que a felicidade tem dia e hora para acabar? Por que não
conseguimos viver plenamente os momentos felizes? Será que temos embutido em nós um demônio para garantir nosso quinhão de infelicidade? Se ele existe, como eliminá-lo?
O medo da felicidade é o maior entrave da humanidade. Reforço a idéia do psicoterapeuta
Flávio Gikovate que defende exatamente essa tese, a gente tem medo de ser feliz! Arrumamos mil e uma desculpas esfarrapadas ou nos escondemos, tudo por conta do sentido de vida que todos nós temos. É paradoxal, mas é real.

O medo da felicidade é um fenômeno curiosíssimo. A maior parte dos casais que se amam, que
são dão bem, que têm tudo para dar certo, se separam! Por motivos duvidosos: um é sempre
casado e outros motivos banais que não deveriam interferir na felicidade. Na cabeça das
pessoas existe um fator contrário a felicidade amorosa. Quem não tem medo da felicidade, é porque não tem a mesma.

O medo da felicidade não existe nas crianças pequenas. Você pode entupi-las de coisas que elas gostam e elas não temem pelo futuro, ela continuação da felicidade. Você pode levá-las ao parquinho, depois ao Mc Donald's, depois ao shopping center, depois tomar um sorvete e comprar um brinquedo e elas ainda vão pedir por mais! Agora se fizer o mesmo com um adulto, nas suas devidas realidades de demonstração de felicidade, ele temerá por algo ruim, porque nada de muito bom vem sozinho ou então eles não vão querer tudo, é como se fosse "aaah, não precisa tudo isso, eu me contento com menos!". Tudo por causa da iminência de uma catástrofe vinculada à felicidade.

A sabotagem da felicidade acontece em cada nova conquista.
O sujeito que tem medo da felicidade no amor, foge dela irracionalmente, entretanto, se ele disser para si mesmo “eu vou enfrentar esse medo para ficar junto da pessoa que eu gosto." Ele vai conseguir sim alcançar a felicidade plena amorosa, mas antes precisa vencer o medo, o medo de ser feliz. E quanto melhor o encaixe, maior é o medo de ser feliz.

A gente tem que enfrentar tudo na vida, principalmente o medo.
Não tenha medo de ser feliz, busque a felicidade e não fraqueje nas barreiras impostas pela vida ou então pelas barreiras que você mesmo as cria. Seja feliz! Be happy! Var glad!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Violência e conseqüências futuras

Nós brasileiros já nascemos com a insegurança de exercer nosso direito constitucional de ir e vir. Os jovens, que são as pessoas mais afoitas para desbravar o mundo em que pertencem, sofrem até um pouco mais por conta da violência urbana. Não é à toa que exatamente eles despontam na liderança dos rankings de assassinatos por morte violenta nas grandes cidades.

Já está arraigado em nossa cultura o medo do próximo. As pessoas sempre têm desconfiança extra de um estranho e assim se alicerça nossa sociedade. É totalmente fora de qualquer parâmetro imaginar uma cultura e sociedade em que o medo de um transeunte qualquer não seja iminente. Isso porque está muito longe da realidade brasileira.

O medo nascente rege a sociedade quanto aos seus hábitos. Os adolescentes são grandes vítimas, pois ainda estão na ânsia de viver, contudo, conhecem a verdadeira realidade ainda superficialmente. Entretanto, seus pais, mais vividos e experientes, tentam de tudo para frear um pouco o modo de viver de seus filhos, com a intenção de zelar pela vida deles.

Especialistas, como a psicóloga infanto-juvenil Ana Cândida, alarma quanto o medo generalizado pode causar nas próximas gerações. Ela diz que as pessoas tenderão a serem acuadas e apreensivas, além de viverem seus apogeus comportamentais, típicos da adolescência, em outros momentos da vida, alguns pouco cabíveis.

É notório que a violência urbana não é uma chaga de agravante único e presente, mas traz consigo conseqüências comportamentais e psicológicas que atingirão os hábitos, costumes e pensamentos das gerações futuras.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

meus candidatos

Vou apresentar aqui meus candidatos à Prefeitura e à Câmara de vereadores de São Paulo. Quem quiser seguir meus votos (ou seria conselhos?), fiquem à vontade!
Para prefeito eu votarei na Soninha do PPS. Eu a conheço pessoalmente, sei da sua honestidade, do seu amor por São Paulo e a vontade de fazer algo para a sociedade. Não vou votar apenas por sua honestidade e disposição, mas por concordar com a maioria dos seus projetos. Ela é única candidata visionária e não tem um discurso populista para seduzir votos dos mais indefesos intelectualmente. Infelizmente a sociedade não está pronta mentalmente para aceitar suas idéias, não digo que a Soninha é uma candidata a frente do seu tempo, só acho que a população brasileira ainda é muito atrasada. Daqui uns 10 anos suas propostas farão sentindo, agora apenas 4% da população sabem disso e não é porque eu sou um eleitor dela, mas quem vota nela são pessoas bastante instruídas, que lêem, que se informam, que têm opinião formada.

Meu candidato para vereador é o Alexandre Motonaga do PV. Fiz questão de escolher alguém que não exerce o cargo atualmente, sei que a Câmara Municipal de São Paulo está infectada de políticos sujos e vagabundos. Salvo algumas exceções. Mas pensem, 92% dos projetos votados não são eficientes para os paulistanos, são basicamente trocar nome de rua, entregar título de honra. Esse servicinho medíocre não justifica os altos salários que eles recebem. Agora dizendo o motivo de votar no Alexandre Motonaga. Li as propostas dele, são bastante coerentes e aplicáveis. Só espero que ele tenha caráter, pois ainda não consigo enxergar isso nas pessoas apenas a visualizando.

Soninha 23
Alexandre Motonaga 43600

sábado, 27 de setembro de 2008

artesanato indígena

Continuando na onda de defesa dos direitos indígenas eu tenho um dica para vocês.
Eu descobri há duas semanas a existência de uma loja em São Paulo da FUNAI - Fundação Nacional do Índio - que vende artesanato indígena, obviamente feito pelos índios em suas aldeias.
O nome da loja é ARTÍNDIA, está localizada na Galeria Ouro velho na rua Augusta, número 1371.
O Programa Artíndia, criado pela FUNAI em 1972, tem o objetivo de adquirir e comercializar artesanato produzido pelos diversos povos indígenas do Brasil, visando a divulgação e valorização de suas respectivas culturas. Nas sete lojas Artíndia, localizadas em seis Estados e no Distrito Federal, são comercializadas peças de cerâmica, trançados, madeira, tecelagem, dentre outras, representativas da riqueza e diversidade das culturas indígenas de nosso país. Os recursos resultantes da comercialização são reinvestidos em benefício das populações indígenas, sendo aplicados em novas aquisições e promovendo a geração de renda para as mesmas.
Para maiores informações mandem um e-mail para: artindia@funai.gov.br

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

estelionato eleitoral

Eleitores de São Paulo abram o olho. O novo golpe da praça é o estelionato eleitoral. Em tempos de ano eleitoral o que não falta é oportunista querendo induzir o voto das pessoas.
Alguns candidatos se passam por outras pessoas, da forma possível, para assim abocanhar alguns votos dos desavisados de plantão. O exemplo mais conhecido é do candidato que se apresenta pelo pretencioso nome de Enéias Filho. O homem é um fanfarrão, de um partido sem causa e oportunista, o PTN. Ele tenta se passar como filho do falecido Enéas Carneiro, por isso ele copiou o péssimo visual do falecido e usa como nome de guerra "Enéias Filho", uma vez que se chama Luciano Soares.
Outro caso que os mais atentos já notaram é o tal do Russomanno que é coligado ao trambiqueiro partido PP. Quem vê pensa que o candidato Russomanno é o famoso Celso Russomanno, uma vez que ambos são do mesmo partido e em todos os comerciais da tevê o estelionatário Russomanno não mostra seu rosto, apenas seu nome e seu número, que é o mais fácil de gravar: 11.111 Não é à toa que eu disse que o PP é trambiqueiro, ele sabe da situação (é a segunda eleição consecutiva que o imoral Russomanno cover usa tal artimanha) e ainda por cima dá-lhe o melhor número da legenda, além do sempre espaço nas propagandas gratuitas. Quem quiser conhecer o rosto do ATTILA Russomanno basta acessar o site do malfeitor http://www.russomanno11111.can.br/
Até partido sério, como PSDB, aceita candidatura de estelionatários. Entre os tucanos tem o tal do Anibal. Esse é mais "light", ele usa seu rosto e seu nome. O detalhe é que existe um político famoso que já se candidatou para o Senado e pelo próprio PSDB e esse se chama José Aníbal. O ideal seria que o candidato usasse nome e sobrenome para que não houvesse confusão, mas óbvio que toda sua candidatura é pautada na confusão, assim como Enéias Filho e o Russomanno.
O TSE deveria impugnar a candidatura desses estelionatários. E digo mais, nas propagandas políticas não poderia ter pessoas influentes ao lado de algum candadito, como é comum hoje ver um pastor evangélico pedindo votos para algum candidato que apenas sorri para a câmera. Isso é tão asqueroso quanto a estratégia dos citados neste texto.

Eu estava pensando em escrever um texto explicativo falando da função do presidente, senador, deputados, prefeito e vereador. Porém, Marcelo Tas lançou esta semana uma série na internet de quatro capítulo sobre eleição, eu sei que em um deles o Tas contará a função de cada cargo. Se ficar bom eu me abstenho de escrever aqui, apenas passo o link. Não obstante, eu passarei aqui o link do primeiro episódio e indico que todos assistam. O som está mal captado, o que interfere diretamente na qualidade do material. (desculpem-me, eu sou jornalista e me atenho a esses detalhes rss).
Toda terça e sexta-feira tem um novo episódio disponível na seção ELEIÇÕES do site Uol.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

palestrante pela primeira vez

Eu queria começar este meu quinquagésimo post deste blog agradecendo as muitas visitas que estou recebendo. Sempre que posso eu retribuo com muito carinho, nunca com peso de obrigação.
Hoje não vou escrever nenhum pensamento sórdido ou comentar algo que me chamou atenção. Vou falar algo que irei fazer esta semana. Eu fui convidado para dar minha primeira palestra! Eu sempre quis dar uma palestra, mas não pensei que aos 20 anos isso se concretizaria.
O tema é: Moda como meio de comunicação. Quem me conhece deve estar pensando "Leandro como assim? Você é extremamente brega, usa uma camiseta amarelona, uma bermuda azul e um tênis verde e se considera bem vestido! Ou então usa um blusão cor, literalmente, de merda e se acha chique!". É... tenho que concordar com os pensamentos sórdidos dos que me conhecem, não entendo nada de Moda. Por isso mesmo estou pesquisando sobre o assunto para não fazer feio. Eu entendo um pouco de Comunicação, afinal de contas é o que estudo. Mas moda bem pouco. Só para dividir algum conhecimento com vocês, eu aprendi que a nossa espécie começou a se vestir, inicialmente, para se proteger do frio, por isso além de caçar animais para se alimentarem, eles caçavam para usarem suas peles. Isso há 30 mil anos atrás. E cinco mil anos mais tarde, na Idade da Pedra, o uso de roupas já era corrente e o uso da técnica de fabricação de fios, como usando pêlos das ovelhinhas e algodão, já era dominado.
É amanhã a palestra, estou um pouco nervoso, mas espero que dê tudo certo. Quem sabe depois eu não faça um post sobre o assunto da minha palestra?

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ensaio sobre a cegueira - o filme

Há umas semanas atrás eu escrevi minhas impressões sobre o livro Ensaio Sobre a Cegueira do escritor português José Saramago e contei da minha expectativa do filme homônimo do diretor brasileiro Fernando Meirelles. Hoje foi a estréia do filme e finalmente pude matar minha curiosidade.
Não farei uma crítica minuciosa ao filme, eu até entendo minimamente de cinema para fazê-la, mas esta não é minha intenção. Antes de escrever qualquer crítica indevida ou não, tenho um questionamento interno: qual seria minha opinião em relação ao filme caso eu não tivesse lido o livro que gerou a película?
Eu tentei entender a história sem o auxílio de Saramago, todavia, às vezes, eu me perdia, eu me embolava no desenrolar dos acontecimentos. Eu sabia o que estava ocorrendo por causa da minha leitura, mas se fosse apenas pelo filme acho que não teria compreendido tudo. No entanto, até agora não o entendi por completo, o filme é confuso. Eu gostaria que meus estimados leitores que já assistiram ao filme e não leram o livro dissessem o que achou e me falasse também se entendeu tudo. É uma curiosidade que tenho.

Minha expectativa era quase que megalomaníaca, por isso acho que o filme não está nivelado ao livro. Eu imagino muito bem as dificuldades de adaptar um livro para a telona, ainda mais quando ele é escrito por um vencedor de Prêmio Nobel. Fernando Meirelles apostou alto, entretanto, ele ficou em débito. Poucos leitores estarão satisfeitos com a adaptação, muitos por causa da inevitável falta de fidelidade, outros por ele dar vida, dar feição aos personagens (na minha cabeça a rapariga de óculos escuros sempre foi e sempre será uma loira de cabelo encaracolado, mesmo que a Alice Braga, uma morena de cabelos levemente cacheados dê vida para ela no cinema).
Meirelles não conseguiu deixar a platéia agonizada e aflitiva. Percebi isso observando os outros espectadores, mas levarei em consideração, principalmente, o que senti. Foi quase que uma apatia. Fui para a sala de exibição preparado para apertar a cadeira, me segurar e fechar os olhos em dados momentos. Nada aconteceu, nenhuma reação parecida tive. Os momentos mais críticos do livro no filme foi apenas uma passagem. Lembro-me bem quando eu tive vontade de chorar ao ler momentos do livro, quando estiver pronto a vomitar, quando queria parar de ler porque estava muito forte para mim, quando parei para refletir e principalmente, quando pensei o que ando fazendo da minha visão. No filme tudo isso passou batido. Meu único divertimento foi reconhecer minha cidade, São Paulo, na telona, rir dos táxis não paulistanos, reconhecer o Minhocão e olhar a Ponte Octávio Frias inacabada. O filme não passa sensações, o filme não detalha emoções.

Obs: eu disse que não seria uma crítica ao filme, tentei evitar, mas no fundo este texto virou uma crítica.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Claudia Andujar

Claudia Andujar nascida na Suíça, mas brasileira de coração desde que veio trabalhar no país na década de 50, é jornalista e fotógrafa, trabalhou na revista Realidade, onde deu uma guinada em sua carreira. Claudia é uma das fotógrafas brasileiras que desenvolveu a fotografia no país, inclusive na década de 70 ela ministrou cursos de fotografia.

Por conta da Realidade ela conheceu a tribo indígena Ianomâmi da Amazônia. Andujar depois dedicou parte da sua existência a fotografar os índios da aldeia. Inicialmente ela aceitou aquilo como um trabalho de documentação de uma etnia minoritária. Mas depois ela se aproximou mais e mais e passou a observar e entender quem eles eram e mostrar isso através da imagem. Claudia Andujar denunciou por meio de suas fotografias o genocídio contra os Ianomâmis e mostrou toda sua cultura. Era um trabalho muito árduo, já que os índios não gostam serem fotografados, eles acreditam que a foto rouba suas sombras, o que para nós seria a nossa alma.

Ao falar de Claudia é impossível não vincular seu nome à tribo Ianomâmi. Apesar disso a FUNAI proibiu a permanência dela entre os índios, por ela ser estrangeira e trabalhar próximo à fronteira. Só 30 anos depois que ela Fe sua primeira grande exposição com 80 trabalhos. Hoje existem os livros Yanomâmi (ambos com o mesmo nome) para quem tiver curiosidade de conhecer mais a cultura e as mazelas desses brasileiros.

domingo, 7 de setembro de 2008

Palhaço

O palhaço é um arquétipo muito poderoso, porque ele está presente em todas as culturas, desde os pajés, por exemplo, das tribos indígenas, que eram os malucos belezas porque ficavam possuídos pelos espíritos dos deuses e aí faziam danças estranhas, falavam línguas de outro mundo e impactavam as pessoas, curavam as pessoas.
Passa-se pelo Arlecchino na Commedia Dell'Arte, pelos Saltimbancos, aí, chega nos grandes palhaços do circo, os grandes palhaços do cinema, como Chaplin, como o Gordo e o Magro.
E, em toda essa trajetória o palhaço é sempre uma figura que causa estranhamento. E isso pode acabar em humor, isso pode acabar em surpresa, isso pode acabar em assombro.
O bobo da corte, por exemplo, ele era inteligente o suficiente para se passar por bobo só para falar as verdades que guilhotinavam a todos, menos a ele porque era só um bobo. Eu não sei... Particularmente eu acho que desde que a humanidade passou a se juntar em bando no meio deles sempre tem um palhaço. O palhaço da turma, e só verificar. [SIC]






























sábado, 6 de setembro de 2008

Múmia andando de metrô



Mais uma foto da seção "câmera indiscreta".
Era mais uma sexta-feira quentíssima de inverno em São Paulo (??), eu estava no metrô indo para a minha faculdade quando vejo uma múmia entrando no vagão e se instalando próxima à porta. No momento pensei que fosse algum moribundo, mas olhei melhor e era sim uma múmia! Logo estava explicado esse inusitado fato, ela estava li fazendo propaganda das Noites do Terror do parque de diversões Playcenter.
Em minha humilde opinião, uma das jogadas de marketing mais inteligentes que vi ultimamente. Quem quer ir comigo às Noites do Terror? rsrsrs

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira

Ontem terminei de ler um dos livros mais famosos do José Saramago, Ensaio Sobre a Cegueira. É uma leitura adaptativa, pois ele usa poucas regras de pontuação. Em nenhum momento ele emprega dois pontos, interrogação ou exclamação. Apenas vírgulas e pontos finais.
Lendo um livro como tal é que se enxerga a diferença entre um bom e mau escritor. Bons escritores falam da essência humana, abre os olhos dos leitores, faz o convite à reflexão, os maus escritores, nem digo maus, mas os menos talentosos apenas contam histórias, faz da leitura um passatempo e não um enriquecimento da alma.

Eu classifico o livro Ensaio Sobre a Cegueira como de filosofia. Pois me fez enxergar os limites da humanidade, a repugnância e as belezas que o homem guarda dentro de si.
Ele usa muitos trocadilhos de ditados populares, pelo visto universais, sobre a cegueira. Mostra o quão cheio de significados cada um desses carrega. O melhor de tudo é o convite à reflexão que o autor oferece. Faz com que nós pensemos o que fazemos com nossos olhos, o que queremos enxergar e o que preferimos ignorar. Temos olhos não apenas para nossa sobrevivência, mas para de todos.
Esse é outro ponto interessante, o livro denuncia o quanto somos dependentes uns dos outros, ainda mais vivendo em sociedade. Se for pensar, somos um animal frágil, só estamos vivos porque em certo momento na história da humanidade as pessoas passaram a viver juntas, digo, a construir benfeitorias para o grupo, sem elas, não teríamos chegado onde estamos.

Daqui a dez dias o filme homônimo ao livro será lançado. Tem muita gente esperando por ele, eu sou deles. Aguardo pelo filme, mas não espero que seja fiel ao livro. Eu gosto muito de adaptações de livros para a telona, muitas vezes os livros são roteiros quase prontos e contém ótimas histórias. Porém, não creio que Ensaio Sobre a Cegueira dê um filmão da mesma forma que é um livrão, isso caso, como já disse, seja fiel ao livro. Posso quebrar minha cara! Adoraria se isso acontecesse. Seria uma grata surpresa. Dia 12 de setembro vejamos o que Fernando Meirelles aprontou e sano minha curiosidade.

sábado, 30 de agosto de 2008

Ordem e Progresso

Mais uma história bacana de cultura brasileira.
Todos sabem que na bandeira nacional está escrito "Ordem e Progresso", mas poucos refletiram sobre o significado da frase. Seria ingenuidade demais acreditar que é apenas uma farse sem importância ou que acharam bonitinha e a colocaram.
Esta bandeira, pintada pelo francês Jean -Baptiste Debret e oficializada como a bandeira brasileira em 15 de novembro de 1889, não por acaso o dia da bandeira nacional, tem uma mensagem bem clara.
A época era final do século XIX, historicamente um período anteposto e posposto de revoluções com a participação da população. Por isso colocaram essa frase na bandeira, dizendo que é necessário ter ORDEM para obter o PROGRESSO. É uma forma de imobilizar qualquer ação revolucionária de movimentos sociais ou a desordem. O Ordem serve como disciplinador da população.
Não é à toa que somos um povo que aceita tudo, até na nossa bandeira está escancarado a nossa obediência à realidade do jeito que ela é ou do jeito que a fazem ser.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Hi Brazil

Eu cresci aprendendo que o Brasil foi descoberto sem querer por Pedro Álvares Cabral e que seu primeiro nome foi Ilha de Santa Cruz. Posteriormente o nome do nosso país foi trocado por Terra de Vera Cruz, para enfim chegar ao atual Brasil proveniente de uma árvore nacional chamada pau-brasil.

Tudo lenda...
Na verdade a Europa e, sobretudo, Portugal sabiam da existência do nosso território antes de 1500. E essa história do Brasil se chamar assim por conta do pau-brasil é outra bobagem. O nome dessa árvore tem a mesma origem do nome do nosso país.
Existia uma lenda na Idade Média que dizia que havia três ilhas encantadas e escondidas. Essas três ilhas se chamavam São Brandão, Prestes João e Hi Brazil. Nelas ninguém trabalhava (naquela época era considerado indigno o trabalho), todos se alimentavam abundantemente e inclusive a comida caia na boca das pessoas, tornando-as gordas (na IM ser gordo era considerado saudável e bonito). Além disso, eram ilhas quentes e libidinosas. Ao contrário da Europa, um continente gélido e imaculado.
A lenda dessas ilhas sempre mexeu com a imaginação européia, era tido como o paraíso na Terra. Quando o novo mundo foi encontrado, um pedaço dele foi nomeado como Brasil, vindo de Hi Brazil. (claro que isso levou um tempo) Comparações com a lendária ilha não são poucas, ambas são quentes, terras férteis, os índios aqui andavam nus... O nome do pau-brasil também advém desse mito.
Hoje nosso país tem uma imagem no exterior bem parecida com a descrição de Hi Brazil. Pensam que somos todos promíscuos e vagabundos (hoje em dia não trabalhar é visto de maneira negativa). Essa imagem tem toda uma história, não é reflexo da realidade, pois nós sabemos muito bem como somos. Obviamente que somos muito mais calorosos que os europeus, mas estamos longe de sermos o que o imaginário deles desenham.

Outra curiosidade interessante em relação ao nosso nome é a conotação religiosa. Como disse no início do texto, nossos dois primeiros nomes foram Santa Cruz e Vera Cruz, isto é, nomes cristãos, com relação ao céu e o bem (suas representações). Depois viemos a nos chamar Brasil, que sua etimologia vem de braza, calor, uma relação pagã com o inferno.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A superação de Maurren Maggi

Maurren Maggi, essa mulher de nome exótico, é um grande exemplo de superação. Espero que todos meus leitores saibam de quem falo, não estou referindo apenas da primeira atleta brasileira a ganhar uma medalha olímpica em um esporte individual. Maurren não é uma vitoriosa desde hoje, faz muito tempo que eu acompanho a carreira dela. Para mim, sem falsa demagogia ou conclusões óbvias pós-vitória, é uma das maiores atletas nacionais contemporâneas!
Como diz o jornalista Alberto Chammas, ser atleta no Brasil não é fácil, conseguir êxito já é uma grande vitória. Maurren Maggi, apesar de brasileira e todos os encargos que isso acarreta, como falta de adequada estrutura de treinamento, falta de incentivo governamental e apoio privado, hoje é a melhor saltadora da atualidade no mundo inteiro.
Maurren tem uma vida profissional bastante conturbada, essa medalha de ouro está em débito desde a Olimpíada de 2000 em Sidney. Quando ela por conta de uma contusão desperdiçou a chance de trazer a cobiçada medalha, da qual ela era uma das favoritas. Perder por azar é muito pior do que perder por falta de competência.
Três anos depois ela foi atuada no exame antidoping. Não que ela seja chegada em bombas para melhorar a potência do corpo, ela apenas usou uma pomada cicatrizante, mesmo assim a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) suspendeu Maurren de competir. Após o segundo baque da vida, ela desistiu da carreira, casou-se e foi morar em Mônaco e assim constituir uma família. Teve uma linda filha chamada Sophie, separou-se e voltou para o Brasil. Tomou coragem e em 2006 voltou para o esporte. Inicialmente foi um período muito complicado, tanto mental quanto fisíco. Superou tudo com maestria. Ninguém acreditava que ela conseguiria dar a volta por cima, porém dois fatores decisivos, dom e esforço, fez com que ela fosse para a Olimpíada de 2008 e vencesse.
Hoje Maurren é aclamada nacionalmente. Só ela sabe pelo o que passou. Essa vitória tem significados muito maiores para essa grande mulher brasileira, Maurren Higa Maggi.