sábado, 30 de agosto de 2008

Ordem e Progresso

Mais uma história bacana de cultura brasileira.
Todos sabem que na bandeira nacional está escrito "Ordem e Progresso", mas poucos refletiram sobre o significado da frase. Seria ingenuidade demais acreditar que é apenas uma farse sem importância ou que acharam bonitinha e a colocaram.
Esta bandeira, pintada pelo francês Jean -Baptiste Debret e oficializada como a bandeira brasileira em 15 de novembro de 1889, não por acaso o dia da bandeira nacional, tem uma mensagem bem clara.
A época era final do século XIX, historicamente um período anteposto e posposto de revoluções com a participação da população. Por isso colocaram essa frase na bandeira, dizendo que é necessário ter ORDEM para obter o PROGRESSO. É uma forma de imobilizar qualquer ação revolucionária de movimentos sociais ou a desordem. O Ordem serve como disciplinador da população.
Não é à toa que somos um povo que aceita tudo, até na nossa bandeira está escancarado a nossa obediência à realidade do jeito que ela é ou do jeito que a fazem ser.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Hi Brazil

Eu cresci aprendendo que o Brasil foi descoberto sem querer por Pedro Álvares Cabral e que seu primeiro nome foi Ilha de Santa Cruz. Posteriormente o nome do nosso país foi trocado por Terra de Vera Cruz, para enfim chegar ao atual Brasil proveniente de uma árvore nacional chamada pau-brasil.

Tudo lenda...
Na verdade a Europa e, sobretudo, Portugal sabiam da existência do nosso território antes de 1500. E essa história do Brasil se chamar assim por conta do pau-brasil é outra bobagem. O nome dessa árvore tem a mesma origem do nome do nosso país.
Existia uma lenda na Idade Média que dizia que havia três ilhas encantadas e escondidas. Essas três ilhas se chamavam São Brandão, Prestes João e Hi Brazil. Nelas ninguém trabalhava (naquela época era considerado indigno o trabalho), todos se alimentavam abundantemente e inclusive a comida caia na boca das pessoas, tornando-as gordas (na IM ser gordo era considerado saudável e bonito). Além disso, eram ilhas quentes e libidinosas. Ao contrário da Europa, um continente gélido e imaculado.
A lenda dessas ilhas sempre mexeu com a imaginação européia, era tido como o paraíso na Terra. Quando o novo mundo foi encontrado, um pedaço dele foi nomeado como Brasil, vindo de Hi Brazil. (claro que isso levou um tempo) Comparações com a lendária ilha não são poucas, ambas são quentes, terras férteis, os índios aqui andavam nus... O nome do pau-brasil também advém desse mito.
Hoje nosso país tem uma imagem no exterior bem parecida com a descrição de Hi Brazil. Pensam que somos todos promíscuos e vagabundos (hoje em dia não trabalhar é visto de maneira negativa). Essa imagem tem toda uma história, não é reflexo da realidade, pois nós sabemos muito bem como somos. Obviamente que somos muito mais calorosos que os europeus, mas estamos longe de sermos o que o imaginário deles desenham.

Outra curiosidade interessante em relação ao nosso nome é a conotação religiosa. Como disse no início do texto, nossos dois primeiros nomes foram Santa Cruz e Vera Cruz, isto é, nomes cristãos, com relação ao céu e o bem (suas representações). Depois viemos a nos chamar Brasil, que sua etimologia vem de braza, calor, uma relação pagã com o inferno.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A superação de Maurren Maggi

Maurren Maggi, essa mulher de nome exótico, é um grande exemplo de superação. Espero que todos meus leitores saibam de quem falo, não estou referindo apenas da primeira atleta brasileira a ganhar uma medalha olímpica em um esporte individual. Maurren não é uma vitoriosa desde hoje, faz muito tempo que eu acompanho a carreira dela. Para mim, sem falsa demagogia ou conclusões óbvias pós-vitória, é uma das maiores atletas nacionais contemporâneas!
Como diz o jornalista Alberto Chammas, ser atleta no Brasil não é fácil, conseguir êxito já é uma grande vitória. Maurren Maggi, apesar de brasileira e todos os encargos que isso acarreta, como falta de adequada estrutura de treinamento, falta de incentivo governamental e apoio privado, hoje é a melhor saltadora da atualidade no mundo inteiro.
Maurren tem uma vida profissional bastante conturbada, essa medalha de ouro está em débito desde a Olimpíada de 2000 em Sidney. Quando ela por conta de uma contusão desperdiçou a chance de trazer a cobiçada medalha, da qual ela era uma das favoritas. Perder por azar é muito pior do que perder por falta de competência.
Três anos depois ela foi atuada no exame antidoping. Não que ela seja chegada em bombas para melhorar a potência do corpo, ela apenas usou uma pomada cicatrizante, mesmo assim a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) suspendeu Maurren de competir. Após o segundo baque da vida, ela desistiu da carreira, casou-se e foi morar em Mônaco e assim constituir uma família. Teve uma linda filha chamada Sophie, separou-se e voltou para o Brasil. Tomou coragem e em 2006 voltou para o esporte. Inicialmente foi um período muito complicado, tanto mental quanto fisíco. Superou tudo com maestria. Ninguém acreditava que ela conseguiria dar a volta por cima, porém dois fatores decisivos, dom e esforço, fez com que ela fosse para a Olimpíada de 2008 e vencesse.
Hoje Maurren é aclamada nacionalmente. Só ela sabe pelo o que passou. Essa vitória tem significados muito maiores para essa grande mulher brasileira, Maurren Higa Maggi.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Estados Unidos x China

A Olimpíada 2008 de Pequim pode ser considerada um marco atual na história mundial. Não pela sua grandiosidade ou pelos recordes batidos, mas falando em uma conjuntura política.
O país sede é a China, a nação sensação dos últimos anos, a futura potência mundial e o antigo regime comunista. Os chineses recebendo o direito de montar um jogo olímpico é uma espécie de certificação de responsabilidade junto à comunidade mundial, o que estava faltando para a China. Não adianta ser grande se não é reconhecida como tal. A China agora é oficialmente uma nação mundializada, não enxerga quem não quiser.
Para eles não bastam estarem entre os melhores, querem a coroação do "O melhor do mundo", como eles mesmos se consideram. Posto hoje ocupado pelos Estados Unidos há muitas décadas.
A olimpíada de Pequim pode ser considerada o início dessa transição. Os chineses não estão jogando para participar, para eles só a vitória interessa, assim como para os EUA. Vencer esta edição tem muitos siginificados políticos embutidos, é como se apresentar ao mundo como uma nova autoridade, uma nova potência, deixar para trás o posto de potência em desenvolvimento e mostrar-se evoluída, pronta.
Por isso que os chineses estão dando o sangue pela vitória. Não é à toa que estão em primeiro lugar com quase o dobro de medalhas de ouro em relação aos Estados Unidos. (dados do dia)
Momento mais propício para desbancar os EUA não tem, a economia deles está passando por problemas sérios e os americanos estão passando por uma crise de identidade. Se a ocasião faz o ladrão, a China está pronta para o bote.

Deve ter muita gente torcendo contra a hegemonia norte-americana. Eu neste caso específico torço à favor! Não desejo ver o declínio americano diante os chineses. Isso a longo prazo tem uma conotação política e principalmente cultural que nos afetam. Vamos fazer um exercício de imaginação, vamos colocar a China no lugar dos Estados Unidos como "intermediadora" do mundo.
Falando em política, eles, os governantes chineses, tratam seus compatriotas como se fossem animais domesticáveis. A imprensa mundial detala isso a todo o momento. Falando em cultura, a nossa brasileira é muito diferente da deles e bem mais próxima da ianque. Imagine todos nós correndo para aprendermos mandarim. Apesar que cultura vigente é muito maior que o idioma falado. São transformações muito mais fundas.
Eu não desejo me submeter a elas. Estou muito melhor tentando copiar o american way life.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

sinceridade de Adriana Calcanhotto

Hoje fui ao show da Adriana Calcanhotto que apresentou para São Paulo seu novo espetáculo chamado Maré. Ela com mais quatro músicos no palco, muitas guitarras e violões e uma cenografia para lembrar o mar, tema central do novo cd da cantora, empolgou a platéia do SESC Itaquera.
Adriana vestia uma roupa vermelha que lembrava aquela vestimenta que os franciscanos usam, só que um corte mais moderno e nos pés usava sandálias Havaianas. O dia, apesar de estarmos na metade do inverno, estava bem quente. Imagino que ela tenha suado por todos os poros do corpo.
Foi singela a apresentação, como no melhor estilo Adriana Calcanhotto. Entretanto, o que mais gostei, foi a sinceridade dela que inclusive me fez escrever este texto.
Na metade do show ela falou: "Está sendo um enorme prazer estar aqui tocando para vocês. [pausa] Vocês devem estar pensando que eu falo isso em todos os shows, eu falo mesmo! Mas aqui é sincero!"
Eu era fã das músicas da Adriana, agora sou fã dela por inteiro.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Vida sem álcool

Eu sou um adolescente normal e vivo muito bem sem álcool. Obviamente que não sou nenhum xiita no assunto, eu bebo coquitéis alcoólicos em certas ocasiões. Bebida com álcool é como qualquer outra bebida, porém como diz as propagandas de cerveja, deve ser apreciada com moderação.
Sinto dó de quem é um viciado em álcool e não sabe. Não digo os crônicos, mas aqueles que associam o álcool à diversão, à reunião de amigos, aqueles que em qualquer momento livre quer bebemorar. É um vício de hábirto, é uma desregulação de hábito.
Eu sem álcool deixo meu organismo mais limpo e economizo dinheiro. Você já pensou o qaunto economizaria se não bebesse com tanta freqüência? Faça as contas. Bebida alcoólica não é barata e é um dos produtos que mais tem embutido imposto, assim como o cigarro.
Deixo bem claro, minha crítica é quanto a freqüência do consumo dessa droga. Eu mesmo, às vezes, gosto de beber muito, até perder o valor dos meus atos, mas faço isso raramente. Creio que faça bem extravasar em certos momentos. Melhor que ser um escravo do álcool.

sábado, 9 de agosto de 2008

consumindo desgraça

Eu tenho verdadeiras batalhas antológicas internas por questões éticas. De mim comigo mesmo. Tento ser o menos egoísta possível, mas nem sempre isso é possível. Também nem sempre sei quando ajo como um egocêntrico ou ajo com a naturalidade pedida da ocasião.
Um exemplo aconteceu hoje, ao acessar o site do Uol para ler meus e-mails eu me deparei com uma imagem chocante com a legenda dizendo que era uma mulher ferida na Geórgia, onde está havendo um conflito armado com a Rússia. Eu não cliquei na foto, mesmo um pouco ressentido com o fato, eu abri meu e-mail.
Não sei interpretar minha ação, se foi fechar-me em meu mundo e meus interesses abrindo meu e-mail ou não me interessar pela guerra, pelo horror e pela vida de um desconhecido fora da minha realidade.
Por um lado, eu penso que não é certo consumir a desgraça e por outro lado, eu acho que devo sim ler notícias do tipo, me indignar e estar inteirado, pois não estou consumindo desgraças, estou entendendo que tipo de planeta e população que eu convivo.

o luxo de escolher

Enfim eu retomei o hábito de atualizar meu blog. Eu sou blogueiro há anos, já tive blog cujo só eu entrava e meus melhores amigos por insistência, já tive blog secreto que se tornou pessoal e com a audiência em alta me assustava, eu já tive blog em conjunto e finalmente, estagnei neste aqui, com meu nome profissional, Leandro Vitor. Espero que em breve ele seja conhecido, melhor ainda, seja reconhecido. Evidentemente que falo do nome, de mim e não do meu blog. Não desejo de maneira alguma ser um pop star da internet.

Comecei falando do meu blog e de meu nome de carreira, pois, curiosamente, eu não sei o que quero da minha vida. Estou no terceiro semestre de Jornalismo e ainda não me decidi o que fazer da vida. Não quero me dar o luxo de escolher, ultimamente vivo uma fase pessimista na vida, e escolher virou luxo, se eu tiver uma boa oportunidade, seja ela qual for, eu estou dentro, por isso escolher será apenas nos desejos. Estou com dificuldades de escolher meu desejo, é mole isso?

Eu sempre quis trabalhar no jornalismo escrito, em alguma revista reconhecida de variedades e bem descontraída. Agora não tenho mais certeza se quero realmente algo tão descontraído, já que a política é um gênero que muito me atrai. Por outro lado, eu não sei se quero viver de escrever, muitas vezes não tenho saco para isso.

Gosto da televisão, sou criativo e audacioso, certamente seria um ótimo produtor de programa de entretenimento. Mas quem disse que é fácil penetrar nessa área? Por outro lado eu tenho alguma experiência bem sucedida em vídeo, mas por outro lado eu não nasci para viver o estresse do cinema, quem é da área sabe do que falo.
Eu também já pensei em me adequar à assessoria de imprensa, é um trabalho razoável e que paga razoavelmente bem. Mas nunca sonhei com isso.
Ultimamente ando pensando muito em comunicação corporativa, é uma assessoria muito mais chique e que paga-se bem, praticamente é tornar-se um executivo. Andei até olhando MBA em instituições de renome. Entretanto, é muito cedo eu pensar em um MBA sendo que ainda tenho mais três anos de faculdade pela frente.

A grande questão é: preciso fazer algo urgente e assim ocupar minha cabeça, pois nela só as dúvidas estão se realizando.
Não tenho paciência para esperar e saber aonde as ondas desse mar vão me levar; queria mesmo era dormir e apenas acordar quando estivesse no meu destino final, seja ele a redação de uma revista descontraída, de um jornal político, na produção da tv, numa assessoria de imprensa, na área de comunicação de uma multinacional ou onde quer que eu vá parar!

domingo, 3 de agosto de 2008

Tesão

Na contemporaneidade fazer sexo casual é totalmente aceitável e comum. Já foi o tempo que os casais se guardavam para a noite de núpcias, que a mulher fazia questão de estar virgem até o casamento, que os homens tinham alguma experiência com mulheres da vida, sendo que parte delas cobravam por isso, já outras eram apenas intituladas como por ser à frente do seu tempo.
Hoje a realidade é bem diferente. Homens virgens são uma lenda urbana, mulheres virgens são raras. A noite de núpcias é apenas a noite posterior ao casamento. Sexo deixou de ser um tabu para as pessoas e dentro das famílias, até nas mais tradicionalistas.
A grande questão é que as pessoas estão se desvirtuando com tanta liberdade sexual. Se hoje a pessoa está com um tesão reprimido, não é muito difícil de ela conseguir sexo. Quem escolhe essa alternativa fez sexo pelo tesão, pela vontade de transar, pelo prazer de gozar. Contudo, se perdeu a unidade mais básica do sexo, o tesão por alguém.
Hoje quando sentimos tesão, fazemos sexo com a primeira pessoa que nos excita, não estamos fazendo sexo por tesão à pessoa, mas pela simples vontade de transar. Poderia ser com outra, não importa com qual corpo seja, desde que com algum agradável. Isso é um grande problema, pois cada dia mais as pessoas ficam mais frias e descartáveis. Em casos de sexo casual como esse o que vale é o prazer, é curtir o momento. O amor é inexistente ou até mesmo mentiroso (há quem se engana e acha que durante o ato há resquícios de amor, porém, só há contato de pele e interesses em comum), ninguém está ali consumindo um ao outro, por causa daquela pessoa, está ali por si só, para si só, para resolver uma necessidade fisiológica.
Sexo casual com um desconhecido só para satisfação própria é saudável, o perigo é se torna uma rotina. Um beijo com amor faz muita falta numa ocasião dessas, nenhum sexo supera uma noite de amor.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

importância dos debates políticos

Não sei se isso acontece apenas comigo, mas em todos os debates políticos televisivos eu rio deliberadamente.
O cinismo em alguns casos é extremo. Se pergunta algo e responde o que bem entender, se acusa de algo e o político se faz de vítima. Os candidatos decoram números que seus assessores reuniram e soltam como se realmente tivessem conhecimento do que dizem, como se pudesse resumir política em números, muitas vezes, duvidosos.
Os eleitores devem priorizar esses debates na hora de escolher seu candidato e não as chamadas do horário político. Esse segundo é tudo feito por marqueiteiros especializados que criam jingles grudentos, mostram cenas de comoção e fazem todo um marketing em torno do candidato, fazem o eleitor acreditar que ele é demais e na verdade, nesses comerciais e programas partidários, ele é apenas um boneco, um modelo, que faz o que pedem.
Nos debates eles são altamente instruídos, decoram frases de impacto, mas na hora do "vamos ver", em alguns momentos a máscara cai e o candidato está ali nu, ele mesmo com suas idéias e, principalmente, argumentos. É exatamente nessas horas que eu rio, quando o candidato se mostra quem é.