quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

a não obrigação de atos heróicos

 Incrível a capacidade das pessoas em julgar e crerem no poder de autonomia para isso em relação a figuras públicas que assim são não porque procuraram ser, mas acabaram sendo.



O caso que venho vos contar é do ser mitificado ainda vivo, o Tiger Woods. Dizem as boas e más línguas, que ele é o maior golfista de todos os tempos. Não posso emitir opinião porque não conheço nada do esporte, porém conheço muito do Tiger.


Como o Pelé, ele faz propaganda de tudo e com um cachê de fazer inveja a qualquer Tio Patinhas. Conheço-o por meio dessas propagandas e das muitas fotos que vi em jornais. Muitos enxergam esportistas campeões como heróis. Minha visão de herói é aquela de uma pessoa que salva uma nação, um grupo de pessoas ou então que até mesmo uma única vida do perigo. Um bombeiro é um herói, um golfista não.


Talvez por falta de heróis, já que a maioria deles são apenas seres imaginários ou de histórias de ficção, as pessoas colocam essa necessidade de venerar alguém como semi- Deus em pessoas públicas, como esportistas ou músicos. Coitado dessas pessoas que foram colocadas no pedestal sem antes ter sido consultadas. Creio que golfistas, usando o exemplo deste texto, o Tiger Woods, não escolheram o ofício por quererem tornar-se heróis, mas sim porque gostam do esporte e têm talento para isso.


E nessa confusão de heróis místicos dos livros com heróis empossados da vida real, as pessoas não conseguiram assimilar que os heróis da vida real não são seres perfeitos ou que estão o mais próximo possível dessa perfeição. Talvez sejam extremamente bons em alguma coisa, como o Tiger é nas tacadas e na mira miraculosa. Mas não em tudo.


Quando o herói mostra-se imperfeito todos seus fãs, súditos, fanáticos, dependentes e afins, pegam suas pedras para apedrejar o herói que antes era o maioral. Mas desta vez não há Jesus Cristo para lembrar que ninguém é perfeito. É o herói contra a massa moralista e cega. E esse ato de apedrejamento nada mais é que um paliativo próprio, como se as pessoas se enobrecessem a cada discórdia dos atos errados do herói.


Tiger não deve nada para ninguém, ele sendo uma figura pública em que muitas pessoas depositam sua insignificância nas costas dele ou sendo o nosso vizinho que nós pouco sabemos a respeito.

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