segunda-feira, 9 de junho de 2014

A entrega a um novo amor

Tudo começou com um Starbucks.
Desde o início eu disse que não queria, que estava muito bem sem, que me sentia pleno o suficiente para seguir minha vida sozinho, sem ele.
As visitas ao Starbucks começaram a ficar mais frequentes que eu desejava. Frappuccino com base creme ou chocolate quente desta vez? A troca de olhares mais intensa.  Acho que Frappuccino! Quando dei por mim, o desejo já estava despertado.
Eu repetia para mim mesmo as vantagens de não me entregar. Todos os argumentos eram perfeitamente lógicos e compreensíveis.
Em ocasiões especiais eu me permitia o desfrute. Afinal de contas, eram apenas em ocasiões especiais, não era frequente. De repente comecei a criar ocasiões que nada tinham de especiais, eram desculpas esfarrapadas dadas pelo meu subconsciente.
Há poucas semanas eu chutei o balde, quero mais que se dane tudo isso. Eu vou correr para o abraço e me deliciar com meu novo amor. Uma paixão antiga, quase uma paixão platônica dos tempos que eu ainda era criança. Seu cheiro sempre foi meu predileto, a ponto de fechar os olhos quando estava por perto. Não sei se é um caminho que tem volta, mas estou envolvido pelo café!
Aos 6 anos, na casa da minha avó paterna, eu decidi que não gostava de café. Motivo? Sei lá, apenas decidi. Nunca mais tomei, apesar de ser meu cheiro predileto desde meus primórdios. Já adolescente decidi tomar uma xícara porque insistiram muito. Passei mal. Anos depois em uma reunião na B!Ferraz, uma agência de promoção de São Paulo, eu decidi aceitar uma xícara de café para não fazer desfeita e porque queria parecer confiável, eu precisava fechar negócio com eles. Desta vez foi menos traumático e decidi que daqui em diante apenas tomaria café em xícaras estilosas e sendo em agências cools. Para meu desespero, virou rotina ir para agências cools e conhecer xícaras estilosas... Mas, nunca gostei de café, sempre aturei com muito pesar.

E cá estou, sem visitar agências e volta e outra tomando café, e o pior, tomando café por prazer, por iniciativa própria e sem o objetivo de fechar um negócio. Eu sei que café amarela os dentes, eu sei que também pode te deixar dependente psicologicamente e ainda assim nutro essa vontade. Ontem mesmo eu pensei “Tenho café em casa, coador e garrafa térmica, por que não procurar no Google como fazer café?”.  A coerência logo voltou e abortei a ideia. Café agora só de vez em quando e pode até ser em copo plástico, como foi agora. 

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