Para comemorar minha centésima postagem eu vou falar de sonhos.
Eu sempre gostei de escrever, muito mais de escrever do que de ler, tanto que acabei optando erroneamente em ser jornalista. Escrever para mim não pode ser meu único ganha pão, mas na verdade algo que faço quando estou inspirado. E minha professora Fernanda Mazza já disse uma vez em aula, que jornalista não pode depender de inspiração, mas precisa ter técnica. Eu estou me lixando para técnicas, por isso muitas vezes meus textos são esquizofrênicos.
Eu ainda na pré-adolescência escrevi meu primeiro livro, era nada mais do que um punhado de referências da época no papel. Foi uma experiência e tanto, dediquei muitas noites ao livro que nunca teve um título definido. Lembro que a cada capítulo que eu escrevia, eu entregava ao meu melhor amigo da época, o Tiago Ribeiro, para que lesse. Ele dizia sempre adorar e isso me empolgava mais e mais a escrever. Terminei de compor e guardei como uma vitória e lembrança. Não lembro de ter a pretensão de publicá-lo. Acho que ano passado eu reli essa minha obra. Eu ria muito, o texto era esdrúxulo, até um pouco absurdo. Erros de concordância gritantes, uma falta de repertório absurda e fora que poderia ser processado por todos os criadores de desenhos animados dos anos 90, quase que uma cópia remendada. Minhas influências foram: Pedro Bandeira, Cavaleiros do Zodíaco, Yu Yu Hakusho e Pokémon. Imaginem colocar tudo isso em um liquidificador e depois ler? Mas não abomino meu primeiro livro, eu tive uma imaginação e tanto, porque mesmo sendo altamente inspirado nessas minhas referências, ele tinha personalidade própria e sendo reescrito, hoje com toda minha pouca experiência, sairia algo até bacaninha. Fora que tinha uma história bem interessante.
Depois dessa primeira experiência nunca mais sentei para escrever para valer. Acabei indo para o mundo dos blogs. Ainda durante esse tempo tive a ideia de dois livros para o público juvenil, talvez um dia eu ainda os escreva. Contudo, ano passado eu tive um insight de uma história que eu não podia desperdiçar para um plano futuro. Sentei e escrevi o primeiro capítulo. Tinha em mente dois personagens fortes, a Mariana e o Zé Roberto. Em silêncio eu escrevi esse livro. E me dediquei totalmente durante as férias de verão do ano passado. Passava tardes trancado em meu quarto com o Word aberto. No final de janeiro eu terminei meu segundo livro, esse com nome bem definido "As brincadeiras de Mariana". As referências foram muitas, mas a minoria literárias. Uma porque odeio cópia, se a ideia não for original e inovadora, para mim não faz sentindo, ainda mais se é do ramo das artes, como a literatura. Posteriormente, eu passei três capítulos para minha amiga Daniela Patrícia, que ao ler lembrou do livro “Morde-te pó coração” da portuguesa Patrícia Reis. Ela me emprestou e fiquei honrado pela comparação.
É a primeira vez que falo abertamente sobre a existência de As Brincadeiras de Mariana, primeiro porque não quero distribuir por aí cópias digitais e outra porque queria mesmo falar para todos do meu livro quando for lançá-lo. Para mim não faz sentindo escrever para si, a não ser diário e até esses eu quando escrevia, fazia de um modo que fizesse sentindo para quem pudesse ler. Eu também sou exibido, gosto de mostrar meu atributos, minhas vitórias e minhas criações. Só acho que meu livro estará de fato terminado após ele ser publicado. Até lá, será apenas uma obra inacabada. Eu tenho uma história quente na cabeça que quero muito colocar no papel, mas só o farei após conseguir concluir minha primeira obra, que na verdade é a segunda, mas desconsidero a primeira como tal, aliás, ela nem existe mais. Eu joguei no lixo.
Desde março, quando terminei a última revisão busco uma editora interessada em meu livro. Não é nada fácil, a maioria das editoras não apostam em novos nomes, ainda mais essas maiores. Eu mandei o original do meu livro em papel pelo Correio para a Panda Book's que tem em seu repertório muitos livros descontraídos, que faz o perfil da minha obra. Em uma semana eles responderam por e-mail dizendo que meu livro não se encaixava na linha editorial que eles estavam priorizando no momento. Tenho por mim duas hipóteses: eles nem sequer leram, porque em uma semana responder minha carta com livro anexado seria muito rápido ou então leram os primeiros capítulos e logo perceberam que meu livro não se encaixa nas prioridades do momento. Na mesma época eu mandei para a Companhia das Letras, eles ao contrário demoraram meses para me responderem também por carta que meu livro não foi aprovado. Ok, muita pretensão minha querer publicar meu primeiro livro pela Cia das Letras. Nem fiquei abalado pelas duas negativas, a primeira eu desconsiderei e a segunda eu até achei petulância da minha parte desejar publicar com eles. Não desisti. Procurando mais editoras eu descobri que algumas editoras grandes não recebem originais diretamente do autor, eles exigem a intermediação de um agente literário, basicamente é uma pessoa que avalia sua obra e de acordo com seu livro vai atrás das pessoas e editoras certas.
Eu não quero ainda apelar para um agente literário, quero antes esgotar todas minhas chances. Quem tiver interesse em agentes literários eu recomendo O agente literário e Virgil.
Outra pratica recorrente do mercado editorial é pagar para publicar. Muitas editoras são especializadas nesse serviço, eles publicam qualquer coisa, algumas editoras ainda distribuem em poucos pontos de venda, mas a maioria entrega em suas mãos a encomenda e deixa contigo a venda. Pessoalmente acho isso humilhante. Em hipótese alguma eu aceitaria esse processo. A função do escritor é escrever e não vender. Não foram poucas que me ofereceram esse serviço e olha que não é barato, lembro que custava 8 mil reais, agora não lembro o que incluía e quantos livros eram, apenas sei que no orçamento eles diziam que se eu vendesse todos os livros lucraria bastante. Não quero lucrar bastante, quero mesmo é exibir minha obra.
Ainda nessa minha aventura a procura da editora que aceite minha obra eu achei a Não Editora. Ela se posiciona como uma editora que não publica o trivial e comum, dá espaço para jovens escritores e tal. Eu me empolguei com o site e o catálogo deles. Mandei um e-mail com meu livro anexado e eles nunca me responderam. Então liguei e falei com o dono pelo telefone, ele ainda pediu que eu enviasse novamente. Desta vez tinha certeza que iriam responder e novamente não me responderam. Achei muito descaso, então deixei de lado e voltei para minha saga.
Na época do rodeio de Barretos eu li uma notícia nesses portais que seria lançado uma biografia do Touro Bandido. Imediatamente pensei "se uma editora publica uma biografia de um touro, por que não publicaria as brincadeiras de Mariana?". Eu mandei um e-mail para a Editora NH e o presidente do grupo NH me respondeu pedindo uma prévia da obra. Eu enviei metade dela. Ele me pediu um tempo para avaliar e passado o tempo pedido ele me retornou, disse alguns elogios que foi muito motivador para mim e ofereceu o pacote de pagar e publicar. Eu prontamente respondi dizendo que esse não era meu objetivo, que só publicaria meu livro se alguma editora tivesse real interesse pela obra. Ele foi igualmente sincero dizendo que este ano de 2009 eles iriam trabalhar em cima apenas do livro do boi Bandido, mas em 2010 eu poderia procurá-lo novamente. Óbvio que não me dei por vencido, neste tempo ainda procurei outras editoras e pessoas que poderia me orientar. O Santiago Nazarian foi um deles. Cheguei a mandar um e-mail para ele contando toda esta história, mas ele não me respondeu. Hoje fui na Balada Literária e ele estava presente mediando uma mesa de debate e entrevista. Preferi não me apresentar a ele, poderia soar como coação.
Sinto que estou cada vez mais perto de alcançar meu objetivo de publicar meu primeiro livro. Espero em breve convidá-los para a sessão de autógrafos em alguma livraria bonita de São Paulo. Sei que o mais difícil é o primeiro, depois dele espero poder publicar outras ideias que tenho em mente.
Como recebo alguns e-mails de meus leitores anônimos comentando sobre alguns textos (já até auxiliei em TCC por conta de textos aqui publicados), se você puder me ajudar a realizar esse meu sonho, por favor entre em contato comigo pelo e-mail: leandruuu@uol.com.br
4 comentários:
Cara, tudo bem?
Já plantei uma árvore, e comecei a rascunhar um livro. Falta terminá-lo e, também, o filho. Assim, cumprirei a tríade.
Me responde: Quem teve a ideia de lançar o livro de Bruna Surfistinha? Amigo, a solução para pessoas como você é o aeroporto, só saindo deste país.
Mas, não desista. Não se rende a pseudo-intelectuais e mentes desprovidas de senso crítico.
"Bora lá"......força, fé e coragem!
Ab
Nossa, Lê!!! Que caça ao tesouro!!!
Aquele livro que comecei a escrever está encostado... Preciso voltar a me dedicar a ele...
Fico muito feliz em saber que está levando a escrita a sério... acho uma das melhores artes, senão a melhor!
Amo escrever...
Admiro você e sua garra!
...
Realmente acha que o jornalismo foi uma escolha errada?? Talvez... talvez não...
Precisamos conversar!
Grandissíssimo beijo!
Ah... saudades!!!
E aew, tudo bem?
Gostei muito de sua postagem. Também amo escrever e estou terminando meu primeiro livro, mas não tenho idéia do que fazer quando terminar. Tow torcendo por você. Sei que um dia, muito em breve, seu livro será publicado Leandro. Só não esquece de mandar o meu exemplar pelos correios! ^^ Abraços e sucesso!
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