quinta-feira, 10 de abril de 2008

olhos e visão


Os olhos são grandes intimadores!

Eu cresci ouvindo para nunca encarar animais nos olhos, principalmente cães e leopardos – não que eu tenha o costume de conviver com leopardos em seu habitat no meu dia-a-dia -, pois eles poderiam se sentir desafiados ou intimidados e assim atacar.

Também já ouvi certa vez a seguinte lenda, que os cães conseguem farejar o medo das pessoas, que o ser humano expele uma espécie de hormônio pelo suor gelado e assim o totó sente o cheiro e se sente confiante para morder a bunda do medroso. Mentira, eles nunca mordem a bunda, ao menos nunca ouvi falar em um acidente assim, eles mordem mesmo são os membros locomotores.

Voltando aos olhos...

Eu nunca dei bola a eles, aliás, acho a maior falsidade quando alguém diz que a primeira coisa que repara em alguém são os olhos. Eu reparo o conjunto da obra, os olhos fazem parte dele e apenas isso.

Eu não vejo nos olhos de ninguém nada além de uma íris e uma pupila. Não é falta de sensibilidade, é pura verdade. Há quem diga que vê a alma, a sinceridade e tantos outros substantivos abstratos nos olhos dos outros. Meu olho humano não vê nada disso.

Eu nem sequer tenho o hábito de olhar nos olhos dos meus interlocutores, se faço isso os meus começam lacrimejar, por isso prefiro apreciar todo ângulo da minha visão. Não é falta de atenção e nem de educação, ter hábitos diferentes não é ser mal educado, eu sou capaz de observar uma pomba comendo frangalhos e escutar o que estão me falando. Quando muito fazem questão de olhar nos olhos, eu olho para a ponta do nariz da pessoa e problema resolvido.

O que estou tentando dizer desde o começo e aos poucos me espraio nas acepções é que por eu, ao contrário da maioria das pessoas, não dar tanta importância aos olhos, nunca percebi que as pessoas se podam no olhar. Evitam um olhar. Eu não sei ser discreto, principalmente nesse sentindo, se estou vendo algo, é notável meu ato.

Quando estou atrás de um par de óculos escuros, muita gente pensa que por conta da barreira invisível, eu, ou qualquer que seja a pessoa, não está enxergando o mundo como ele é. Em suma, quando estou sem óculos as pessoas evitam me olhar diretamente, talvez por educação ou vergonha e quando estou protegido por lentes negras, é como se eu fosse um ceguinho e podem me olhar e até apontar que nunca eu desconfiaria.

As pessoas deveriam dar menos importância aos olhos e mais à visão! Temos olhos não por estética, apenas para olhar, por isso, por favor, vamos enxergar os detalhes da vida.


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