Ontem eu estava assistindo o SBT Brasil que está apresentando uma série especial chamada “Jequitinhonha, infância à venda”. Logo de início fiquei perplexo com um dos testemunhos mais marcantes que assisti em toda minha vida, de uma menina dizendo que entregava o corpo para clientes quaisquer a pedido do pai para comprar comida, começando com isso aos 15 anos e recentemente descobriu estar com AIDS.
A reportagem é um verdadeiro tapa na cara da sociedade que mascara alguns dos seus problemas, que muitas vezes não estão escancarados. Afinal de contas o Vale do Jequitinhonha, região onde foi gravada a série sobre a infância e a prostituição, é conhecido por ser uma das regiões mais carentes do país, com seu IDH abaixo da Bolívia e escondido no norte de Minas Gerais.
Ao terminar de assistir a primeira reportagem, antes mesmo de terminar, uma repugnância tomou conta de mim. Tantas vidas desperdiçadas, tantas vidas desconsideradas, crianças se prostituindo por cinquenta centavos, famílias inteiras no ramo da prostituição por sobrevivência, meninas com AIDS e ainda assim trabalhando na rua sem a menor proteção. É de ser ver e revoltar-se.
A reportagem me lembrou um filme brasileiro que mexeu muito comigo, que só de lembrar, me deixa arrepiado, o filme em questão é “Anjos do sol” e conta a história de crianças aliciadas em regiões pobres como o Vale do Jequitinhonha e vendidas como mercadoria. Quem vende? Os próprios pais. Quem compra? Pessoas poderosas do interior do Brasil. Quem nunca assistiu, procure na locadora Anjos do Sol de Rudi Lagemann. Eu preferia acreditar que aquilo era pura ficção, infelizmente não é e a prova disso é o que retrata a reportagem do SBT Brasil.
A série foi feita por Sérgio Utsch e equipe, por enquanto assisti apenas a primeira, hoje e durante a semana assistirei ao restante. Eu sugiro que quem puder, assista também, a revolta será simples consequência.
SBT Brasil, com Carlos Nascimento, todos os dias às 21h00.
Para quem perdeu ontem a primeira reportagem, já está disponível no UOL a matéria na íntegra. E aqui no meu blog também.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Jequitinhonha, infância à venda
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
A Casa dos Budas Ditosos
O intuíto do filme é despertar a vontade do espectador em ler o livro, por isso fizemos intencionalmente ele se assemelhar a uma sinopse visual.
Antecipo que a luz do filme no Youtube está comprometida, em DVD ele tem outro resultado visual, muito mais agradável.
Depois digam o que acharam.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Pensar a morte por Thaís Yumi
Pensar a morte
Já foi dito que o homem vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido. Isso até poderia ser aceito nos primórdios da existência humana, em que o Homo era mais demens do que sapiens. Entretanto, já com o encéfalo desenvolvido, é contraditório viver apenas como um animal cumprindo com seu ciclo vital, procriando apenas para abastecer o mundo e esperando a morte como somente o final de uma trajetória sem sentido.
A vida leva um ritmo que uns acreditam ser rápido, outros monótono, uns vivem a espera dos acontecimentos, outros fazem acontecer. A passividade em relação à vida se torna maléfica na medida em que nos tornamos insensíveis a morte, menosprezando nossos atos, nossa existência, o destino do planeta. Pensar a morte é dar sentido à vida.
Porém, mesmo consciente de nossa mortalidade, somos vulneráveis a peças que a vida nos prega, ou seja, vamos morrer – ao menos fisicamente – um dia. A questão é se fora, ou não, válido ter vivido.
Otto Lilienthal, alemão que criou o planador, contribuiu para a criação do avião, porém morreu em vôo, com a sua própria criação. Marie Curie descobriu o elemento químico radio e passou o restante de sua vida realizando pesquisas sobre radiação, mas sua exposição constante a esta fez com que ela desenvolvesse leucemia, o que provocou sua morte. Também conheço a história de um chinês que defrontou um tanque de guerra, de um indiano que fez uma revolução sem armas, e de tantos Josés e Marias que são sepultados por tentarem salvar a vida de seus semelhantes. Para o nascimento de progressos e glórias, algumas vidas tem que ser arriscadas, sacrificadas.
Sim, também há as pessoas samambaias, nas quais a mediocridade é um estilo de vida, talvez elas tenham medo do novo, afinal pode ser perigoso, talvez nem mesmo saibam para que vieram ao mundo e ignoram a morte devido a incapacidade de lidar com a própria vida.
Dizem que os únicos que superam a angústia são os heróis, os santos, os loucos, os artistas e os revolucionários. Possivelmente, estes sabem construir uma vida vivida e não morrem, amadurecem por completo, atingindo a perfeição humana.
Thaís Yumi.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
bando de ignorantes
Hoje eu tive que acompanhar uma pessoa em um posto de saúde e como já esperava, os pacientes de lá eram todos previsíveis, pessoas de certa idade, a maioria mulheres e todos com feições de conformados.
Eis que apareceu pelo corredor uma senhora, aparentemente mais velha do que as demais, comunicando-se com as pessoas, reclamando de não sei o quê e caminhando com propriedade. Ela fugia do padrão daquele local, logo descatou-se em meio daquele lugar-comum de pessoas e atitudes vazias. Conversou com dois ou três conformados e esses apenas a olhavam com silêncio sepulcral, no máximo depunharam um sorrisinho amarelo de consentimento para não parecer mal educados.
Inicialmente pensei que aquela velha tinha problemas psíquicos, logo prestei mais atenção ao que ela dizia, eram algumas informações desencontradas, todavia, com significados completos por si só.
Ela dizia ter 90 anos e meio, usava um vocabulário primoroso, não errava uma concordância e não demonstrava ser mais uma das demais.
Meus ouvidos ficaram atentos as suas palavras, comecei a saber quais eram suas críticas, essas muito bem intencionadas; ela reclamava por ela e pela humanidade, reclamava pelo o que todos ficavam calados quando deveriam também queixar-se.
Logo os conformados a julgaram esclerosada, ninguém obviamente abriu o bico, ninguém ali tinha discernimento a altura daquela senhora de cabelos branquíssimos. Ela percebendo ou lendo a mente dos outros logo bradou: "Bandos de ignorantes!".
Ela chamou de bando de ignorantes todos que não moviam uma palha, que não soltavam uma sílaba, que não faziam um gesto por um mundo melhor. Ela exigiu naquele momento um mundo melhor, não para ela, mas para a garotinha de poucos menos de 6 anos que estava ali, sentada, ao lado da mãe conformada.
Minha vontade era aplaudir aquela senhora, certamente eu seria taxado silenciosamente como um outro esclerosado, invés de aplaudir, tirei uma foto e escrevi este texto.
O que depender de mim, farei do mundo um lugar melhor para mim, para aquela sábia senhora de quase um século de vida e para aquela garotinha de 5 anos. Pequenos gestos são capazes de grandes transformações.
sábado, 17 de janeiro de 2009
2009
E sei que serão muitas. Aguardem...
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Programa Esporte Sensação no Ar
Amanhã estreio no rádio, farei pequenas entradas no programa Esporte Sensação no Ar do Alberto Chammas, pela rádio Trianon em São Paulo. Peço que vocês sintonizem às 10h30 de todos os sábados, na Trianon 740AM.
O programa inicialmente terá apenas 30 minutos, toda semana uma entrevista com algum ícone do esporte nacional. Este sábado será com o medalhista olímpico e herói nacional, César Cielo.
Espero a audiência de vocês também no rádio.
Leandro Vitor
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
futilidades do Twitter
Qual é a do Twitter? Não faz muito tempo eu descobri o site americano com dois anos de vida chamado Twitter, ele ainda não é muito difundido, na verdade é e não é. Os mais entendidos já conhecem e têm seu perfil lá faz um bom tempinho, usam como uma outra ferramenta qualquer.
Eu fiz meu cadastro no site final do ano passado, não entendi de cara qual era a função prática dele.
Pelo o que percebi, ele é um site cujo você faz uma cadastro e escreve quando quiser e o que quiser, desde que tenha até 140 caracteres. O que você escrever é mostrado para sua rede de amigos. Assim como tudo que eles escreverem você tem acesso na sua página principal. Ele não é usado apenas por, digamos, pessoas físicas, mas empresas e sites também. A CNN, alguns sites de fofoca, e descobri ontem, até um site de culinária atualizam com manchetes o Twitter e seus leitores podem sempre estar por dentro do que está acontecendo.
A pergunta a ser respondida na página principal é "What are you doing?", ou seja, "O que você está fazendo?". Alguns usuários levam a risca e ficam twittando o dia todo, escrevem efemeridades a todo momento. Eu andei lendo alguns que preciso compartilhar com vocês.
Possivelmente vocês conhecem os atores Oscar Magrini e Vitor Fasano, eu por bobagem do destino acabei caindo nos perfis desses dois homens quando eu ainda queria descobrir a função do site. Li algumas atualizações decepcionantes, não que eu seja fã deles, mas seria decepcionante descobrir que existem pessoas tão superficiais quanto eles. Lá vai algumas atualizações deles:
Oscar Magrini: "Chove lá fora e aqui... faz tanto frio... Ar condicionado do flat marcando 19. Edredon egipcio para a siesta."
"sentindo na pele o dom de ser eu. E na cabeça o resultado de algumas doses a mais de JW Blue."
"o último dry, depois rua"
Vitor Fasano: "Meu chapa, mamaduh pode me buscar no aeroporto amanhã? Muita bagagem! Inclusive um gps fantástico à prova dágua para o seu JET!"
"acabo de ver uma foto sua antiga como modelo de Ermenegildo Zegna. Atualíssimo! Eterno VF, eterno."
"Nada como ficar feliz com pequenas coisas da vida. Nova aquisicao: um guarda-sol estampado (189 reais). Um desejo? MAIS SUCESSO. ABS VF"
Desconhecidos também atualizam o site a todo momento, tenho uma amiga da faculdade que escreve praticamente apenas o que ela faz que envolva algum status. O irmão dela foi para Espanha e ela a todo momento escreve que ele está lá, que está morrendo de saudades (não deu 24h que ele se foi), também diz que almoçou em tal restaurante, jantou em tal, tomou tal sorvete e que preciso comprar isso e aquilo.
E eu o que publico? Na verdade não saio escrevendo compulsivamente, apenas 4 vezes eu escrevi alguma coisa, tentarei escrever apenas o que eu achar bacana que os outros saibam, já que é essa a função do site, fazer com que seus amigos saibam o que você está fazendo ou pensando naquele momento. Como eu gosto de me preservar, rara os posts que falo sobre mim aqui, não vou encher de detalhes, tampouco falar cada peido que eu dei.
Quem quiser me achar, procurem por Leandro Vitor.